O ministro das Finanças, João Leão, quer a TAP a financiar-se sozinha nos mercados já em 2022, mas tudo depende da retoma da actividade turística.
– “É importante que a empresa viva por si própria para que o mais rápido possível, se possível a partir do próximo ano ou mais tarde, a empresa deixe de ter de ser financiada pelo Estado”, disse o governante, em entrevista à Reuters. Apesar de se mostrar confiante que o plano de reestruturação será aprovado pela Comissão Europeia, o ministro lembrou que as medidas de apoio do Governo são limitadas no tempo.
O objectivo será, então, que a TAP volte a financiar-se nos mercados nos próximos anos, já com um plano de reestruturação em implementação que prevê, até 2024, o que implica a redução de cerca de 3 mil postos de trabalho e do número de aviões para 88, face às actuais 108 aeronaves.
Se esse empréstimo tiver garantias de Estado é mais provável que os investidores não virem as costas à TAP, mas o que irá determinar se a empresa consegue ou não fazê-lo é a velocidade da retoma e a relação com os actuais investidores.
A TAP recebeu um primeiro empréstimo de 1,2 mil milhões de euros em 2020, para fazer face às necessidades de liquidez imediatas. Este dinheiro poderá ser convertido em capital, para que os indicadores financeiros da empresa melhorem, como explicou Leão à Reuters.
Além deste dinheiro, a companhia aérea vai precisar de uma injecção de mais cerca de 2 mil milhões de euros, que irá começar a chegar em tranches assim que a Comissão Europeia o permita. É este valor que terá de ser devolvido, sendo que a expectativa do Governo é que esse pagamento arranque em 2025, quando a TAP já poderá estar a dar lucros.
Na mesma entrevista, o ministro das Finanças disse que não está previsto nenhum corte nas obrigações da TAP, mas deixou a porta aberta, dizendo que é uma discussão a ter com a Comissão Europeia para garantir que todos os ‘stakeholders’ estão envolvidos.