O presidente da delegação do Algarve da ARHESP, Cristóvão Lopes, que falava em Águeda nas Jornadas Internacionais do Turismo, disse que o sector vive neste momento uma grande incerteza com as restrições, numa crise que já vai em quase dois anos e sem saída à vista.
– Esta é a maior crise que alguma vez vivemos, em que o sector do turismo perdeu, em média, cerca de dois terços dos seus proveitos e viu a sua importância para o Produto Interno bruto cair para metade, isso em termos nacionais porque só no Algarve essas perdas situaram-se nos 85%, disse o representante da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
O representante da associação diz, por isso, que o sector está em modo de sobrevivência, antevendo que a actividade vai passar por uma longa e difícil recuperação.
– Temos várias incógnitas pela frente e tentamos adaptar-nos ao contexto actual altamente volátil, em que as regras mudam semanalmente, muitas vezes sem qualquer período para nos podermos adaptar, e com um impacto gravíssimo sobre os nossos hóspedes, afirmou.
Para Cristóvão Lopes, o desafio é tentar perceber entre as mudanças que a pandemia trouxe, quais as que são conjunturais e quais as estruturais, sendo essencial para iniciar a recuperação que seja resolvida a questão da segurança sanitária, em que as vacinas são um dos aspectos mais relevantes.
Apesar das ‘nuvens’ que ainda pairam sobre o sector, o representante da ARHESP declarou-se optimista quanto ao futuro, observando que sempre que as medidas foram relaxadas, as pessoas voltaram a viajar e querem voltar a fazê-lo.
‘E agora… que futuro’ foi tema de fundo das VI Jornadas Internacionais de Turismo, que este ano se realizou num modelo que juntou o formato presencial com o online, nos dias 16 e 17 de Julho, no Centro de Artes de Águeda (CAA).
Nesta edição foram abordadas algumas temáticas como a inovação, a sustentabilidade, o turismo de natureza, de aventura, entre outros.