APAVT exige que o Governo clarifique o sistema de reembolsos

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), preocupada como sempre e sobretudo, com os clientes das agências de viagens, com quem estas têm uma história de décadas e décadas de profundo relacionamento, pautado por total confiança e lealdade, exige que, de uma vez por todas, o Governo clarifique, legislando, em que termos pretende estabilizar o sistema de reembolsos

Assim e em primeiro lugar, a APAVT refere que há que desmistificar e clarificar de uma forma absolutamente cristalina, porque é que as agências de viagens não estão a reembolsar, na sua totalidade, os clientes: porque enviaram o dinheiro dos clientes para hotéis, companhias aéreas e outros fornecedores de serviços turísticos, que não estão a devolver o dinheiro entregue, apesar de não terem efectuado qualquer serviço.

Não está aqui contida qualquer valoração ou julgamento desta atitude dos nossos parceiros, concretamente hotéis e companhias aéreas. Certamente que enfrentam igualmente enormes dificuldades de tesouraria, como todas as empresas do sector turístico, salienta a APAVT em comunicado.

Em segundo lugar, a APAVT pretende que o Governo clarifique a relação com os consumidores finais, legislando a favor de um sistema de reembolsos baseados em vouchers e, o que é muito mais importante, criando um caminho de confiança para empresas e empresários e atenuando drasticamente a insegurança dos consumidores finais.

Destacando que confiança é o que é necessário construir, depois de todos termos assistido ao ruir de um quadro de relacionamento instituído e estabilizado há décadas, a Associação remata que sem confiança, dos clientes nas empresas e dos empresários no futuro, ruirá um sector que trouxe Portugal à tona de água, que produziu crescimento, travou a batalha do emprego e contribuiu, mais do que qualquer outro, para o equilíbrio das contas externas.

A APAVT destaca que  o sector sente-se, mais do que nunca, surpreendido pela demora na tomada de posição do  Governo de Portugal, a quem instiga a clarificar o sistema de reembolsos antes que seja demasiado tarde, antes que todos os outros países europeus o tenham feito – como são já os casos da Bélgica, Espanha, França, Itália, Lituânia e Polónia, – antes que as agências de viagens sejam obrigadas a fechar as suas portas, gerando mais desemprego e, o que é mais importante, insatisfação dos consumidores.