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Há otimismo entre os hoteleiros portugueses quanto ao futuro

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O setor das viagens e turismo é um dos principais motores do crescimento económico europeu e do emprego local, e após a queda acentuada do setor do turismo e alojamento devido à pandemia de colvid-19, em 2022 assistimos a uma recuperação adaptados ao “novo normal”. Assim, a Booking.com, em colaboração com a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), e pela primeira vez, apresentou, no evento “Reconstruir um turismo mais resiliente”, os resultados do “European Accommodation Barometer 2022” realizado pela Statista e o relatório “Economic impact of online travel agencies in Europe” pela Oxford Economics.

Ambos os estudos analisam a situação dos negócios, identificam desafios e avaliam o sentimento económico e o crescimento do setor do turismo.

É verdade que o estudo “European Accomodation Barometer 2022” revela um sentimento generalizado de cautela quanto ao futuro por parte dos hoteleiros europeus, embora muitos deles se mostrem otimistas e considerem que a retoma vai continuar.

Portugal: situação geral do setor do turismo e alojamento

85% dos portugueses inquiridos (um valor muito superior à média europeia: 70%), afirmaram que a evolução dos últimos 6 meses foi boa ou muito boa, bem como o aumento das taxas de ocupação, sobretudo no último semestre ano. De um modo geral, o mercado português manifestou uma perspetiva positiva para o futuro: mais de um terço (58%) espera que a sua situação financeira evolua positivamente.

Recorde-se que estes resultados estão também genericamente em linha com os obtidos no inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”, realizado em março pela AHP, junto dos seus associados.

No entanto quanto à retoma, 54% dos inquiridos dizem que já atingiram os níveis de 2019, mas 46% afirmam que só irão retomar os níveis pré-pandemia entre o 1º semestre de 2023 e o 2º semestre de 2024. Quanto aos três indicadores: TO, ARR e Receitas, maioria dos hoteleiros prevê que, em todos os trimestres, 2023 será melhor do que 2019 e 2022.

Relativamente a mercados emissores, Portugal, Espanha e Estados Unidos da América são os mais apontados pelos hoteleiros para 2023, seguidos do Reino Unido, França, Alemanha e Brasil.

Em relação à situação atual, a pesquisa independente da Oxford Economics revelou ainda que as Online Travel Agencies desempenham um papel crucial na expansão da escolha do consumidor, proporcionando um efeito descendente nas tarifas e aumentando a relação custo-benefício do consumidor.

Como enfrentar a crise energética apostando na digitalização e na sustentabilidade

No curto prazo, os hoteleiros estão preocupados com a crise energética causada pela guerra na Ucrânia e os desafios económicos. A grande maioria (89%) dos hoteleiros portugueses indicou que o custo da energia é um dos maiores desafios que enfrentam. Preocuparam-se também com a situação económica geral (59%), e embora em menor grau, com os impostos (39%) e com a grande concorrência que existe com outros alojamentos (33%).

Mais uma vez também esta avaliação está em linha com o Inquérito da AHP: como principais desafios para o setor em 2023, a Inflação é o principal para 88% dos inquiridos; custos com a energia, para 73%, e Instabilidade Geopolítica/Guerra na Ucrânia, para 56%, completam o TOP 3 das preocupações da hotelaria nacional, de acordo com o “Balanço 2022 & Perspetivas 2023” da AHP.

Perspetivas: transformação digital e sustentável dos negócios hoteleiros

O setor do alojamento turístico na Europa também é forçado a olhar para o futuro e a preparar-se para as transformações digitais e sustentáveis, a fim de permanecer relevante e competitivo.

A preparação dos hoteleiros portugueses para a transformação digital é moderada. Quase metade dos entrevistados (49%) indicou que sua preparação para a transformação digital era boa ou muito boa, enquanto 13% estavam insatisfeitos com seu esforço de digitalização. Na tentativa de digitalizar os seus negócios, os sites são a ferramenta mais importante para os hoteleiros.

Comparando a aptidão geral para a transformação digital e desafios relacionados com a sustentabilidade, os hoteleiros europeus não estão tão atualizados quando se trata deste domínio, com apenas 30% dos entrevistados a afirmarem que estão preparados para os desafios da sustentabilidade e da descarbonização, e 18% a consideram que tal preparação foi insuficiente.

As políticas governamentais são cruciais para os hoteleiros europeus

Os hoteleiros esperam que governos continuem a apoiar a recuperação da pandemia global, pois as políticas governamentais são essenciais para proteger a indústria de viagens da pressão do aumento dos custos com a energia e da incerteza macroeconómica.

Em Portugal, 69% dos hoteleiros inquiridos consideraram importantes as políticas governamentais, referindo que estas medidas têm uma influência considerável nas empresas hoteleiras. Além disso, 38% destacaram o impacto esperado de tais políticas como benéfico.

Mesas-Redondas com associados da AHP

No seguimento das apresentações realizaram-se duas mesas de debate com hoteleiros da AHP. A primeira “Pontos críticos da Transição digital e climática para a Hotelaria em Portugal”, desenvolveu os diferentes estádios de maturidade dos vários grupos e hotéis; os drivers da mudança; os desafios que esta dupla transição trouxe à Hotelaria; a adoção da tecnologia versus a relação com os hóspedes entre outros temas estiveram à mesa dos hoteleiros que vivem diariamente diferentes realidades e experiências.

A Area Manager da Booking.com, Louise Lijmbach, em comentário final sobre este painel salientou que a Hotelaria nacional está claramente bem posicionada para concorrer no domínio da sustentabilidade ambiental com as suas congéneres europeias, inclusive melhor que os mais diretos concorrentes, sublinhando que é notório e crescente o interesse e valorização dos clientes pelos hotéis que publicam as suas políticas de sustentabilidade e ostentam selos e certificações.

“Hotelaria portuguesa: otimismo num cenário de incerteza” foi o tema da 2ª mesa-redonda.

As perspetivas e as expectativas dos hoteleiros em tempos de incerteza, depois de análise ao estudo da Statista que refere que Portugal é o país com as melhores perspetivas sobre futuro do turismo; as taxas de ocupação e o aumento dos preços; e o comportamento do mercado interno face à subida da Inflação e aos aumentos dos preços foram os temas que estiveram em cima da mesa.

Sessão de abertura do evento “Reconstruir um turismo mais resiliente”, contou com a intervenção do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda; do presidente da AHP, Bernardo Trindade; e da Public Affairs Director for EMEA da Booking.com, Inge Janssen. A sessão de encerramento teve a intervenção do presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.