Julgo que ficou claro que há muito que todos exigimos uma diminuição acentuada da carga fiscal, pelo menos sobre o fator trabalho, afirmou Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), na cerimónia de encerramento do 47.º Congresso APAVT, o qual reuniu cerca de 750 congressistas em Ponta Delgada para debater problemas do setor.

A APAVT frisou que o setor não só exige uma descida significativa da carga fiscal, sobretudo sobre o trabalho, como também salientou que urge resolver o problema do acesso à mão-de-obra.

O presidente da APAVT esclareceu que enquanto isso não acontecer, impediremos o elevador social, afastaremos e teremos mesmo dificuldade em reter, o talento, e teremos evidentemente menos capacidade de atingir níveis de serviço compatíveis com o preço que pretendemos oferecer, reforçando que a falta de mão-de-obra, é um grande constrangimento ao desenvolvimento do setor.

Urge resolver o problema do acesso a mão-de-obra. Não bastará aqui facilitar a imigração, embora todos reconheçamos que este é um primeiro passo que tem de ser dado. Porém, há que saber alojar quem vem, formar quem está disposto a viver e trabalhar no nosso país, valorizar as novas carreiras, impedir que redes de criminosos tomem conta dos processos de imigração, acentuou Pedro Costa Ferreira no seu discurso de encerramento.

De acordo com o presidente da APAVT, no congresso deste ano ficou patente que as estratégias de futuro terão sempre de integrar a noção de interdependência, de complementaridade, de ganho conjunto.

Pedro Costa Ferreira voltou a alertar para a necessidade de resolver o problema das obras no aeroporto de Lisboa, afirmando ser a única via de se minimizarem as terríveis perdas decorrentes da não decisão relativamente à solução portuária lisboeta.

Até porque fica difícil perceber como vamos gerir a pressão turística se não soubermos cuidar de um ‘hub’ que representa a melhor arma de penetração nos mercados de ‘long-haul’, aqueles que permitem, de uma forma mais óbvia e imediata, trabalhar para além do verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos.

Próximo congresso será no Porto

O 48.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) vai decorrer no Porto. Trata-se de um regresso, merecido, da maior e mais importante reunião do turismo nacional àquela cidade, 22 anos depois.

Não me importa saber, nem vamos fazer aqui esta discussão, porque é que só 22 anos depois, o congresso volta ao Porto, quais foram as dificuldades, o que é não se ultrapassou. Conforme ouvimos ao longo destes dias de congresso, mais do que estar a olhar para o passado, interessa-nos olhar para o presente e para o futuro, afirmou o presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, Luis Pedro Martins, ressalvando que por isso, esta direção, em conjunto com os seus associados – um deles o município do Porto – tudo fez para voltar a ter este congresso numa região que o merece, que tem trabalhado para o merecer e tem crescido.