A direção da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) decidiu interromper no próximo ano a realização do seu congresso, substituindo-o por um marketplace entre associados e fornecedores e que deverá acontecer durante o segundo trimestre. Após a pausa, o congresso regressa logo no primeiro trimestre de 2024 e será organizado pela primeira vez na ilha da Madeira. Uma região onde nunca estivemos, sublinhou o presidente da AHP, Bernardo Trindade.
Satisfeito com o balanço da 33ª edição, que aconteceu no final da semana passada em Fátima e reuniu mais de 500 congressistas, Bernardo Trindade assumiu que o ano de 2022 será irrepetível pelo que terão de fazer diferente no próximo ano.
Saímos daqui com muitas e boas propostas. Vamos aprofundar os moldes em que vão ser atribuídos os apoios do recém anunciado programa Call 50, pretendemos trabalhar com o Governo o dossier da eletricidade e do gás para os hoteleiros em particular e que, depois dos custos com a mão-de-obra, são os que têm maior peso nos custos dos nossos negócios, destacou Bernardo Trindade.
Quase a fechar o ano, os empresários da hotelaria mostram-se cautelosos quanto ao próximo ano e aos desafios que o turismo e a economia mundial enfrentam. Custos mais elevados, escassez de mão-de-obra, retração nas economias e uma maior exigência por parte dos consumidores, em particular no que respeita às questões da sustentabilidade, obrigam os empresários a reinventar modelos de gestão e a uma permanente adaptação.
Mas nada a que não estejam habituados, afinal, como concluiu Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, Fátima foi uma inspiração.
Turismo bate recorde de receitas
Depois de ter atingido números ímpares em setembro, o alojamento turístico deverá chegar ao final do ano com os melhores resultados de sempre, superando os proveitos alcançados em 2019, que já tinha sido um ano recorde com 4,7 milhões de euros. As previsões foram avançadas por Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, durante o 33º Congresso da AHP e que comentou estes resultados dizendo que atingimos metas nunca imaginadas.
O crescimento das receitas está assente, sobretudo, num aumento dos preços uma vez que, quer o número de hóspedes, quer o de dormidas, continuam respetivamente 3,6% e 2,4% abaixo dos valores observados em 2019, antes da pandemia, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística referentes aos nove primeiros meses do ano. Já os proveitos totais, subiram 15,4 por cento.
A titular da pasta do Turismo mostra-se por isso confiante ainda que cautelosa quanto ao ano de 2023.
Sabemos que existe uma deterioração da autonomia financeira e dos rácios das empresas e também por isso temos um conjunto de linhas de apoio aos empresários. O futuro não é incerto e a mudança é uma oportunidade para fazer melhor, defendeu Rita Marques.
Rita Montez
