Como o jornal Opção Turismo noticiou, Fernando Bandrés, profissional bem conhecido no turismo e muito especialmente nos operadores turísticos e agências de viagens, passou a integrar equipa da Sonhando com as funções de diretor Comercial do operador da euroAtlantic airways. Com mais de 23 anos de experiência no sector, Fernando Bandrés vai reforçar ainda mais o desenvolvimento das relações da Sonhando não só com os seus clientes, os agentes de viagens, como também com todos os fornecedores da empresa.
Após o início das funções do novo cargo, o Opção Turismo trocou algumas palavras com o agora diretor Comercial da Sonhando S.A. Ressalve-se também que esta é a sua primeira entrevista no regresso ao efervescente mundo do turismo.
Opção Turismo – Como vê o seu regresso a trabalhar com as caraíbas enquanto destino de referência no seu currículo e, também uma referência na Sonhando?
Fernando Bandrés – Foram mais de 20 anos na Globalia, onde as Caraíbas eram destinos chaves, por isso voltar às Caraíbas é como voltar para casa de alguma forma.
A ‘dívida’ da Travelplan
E curioso as voltas que o mundo dá. A Travelplan terá sempre uma dívida de gratidão com o José Manuel Antunes, pois foi ele quem nos abriu a porta na altura da única operação para esses destinos existente na altura no mercado português, fretada em parceria pelo Mundovip, a Abreu e a Soltour.
Foi assim que a Globalia passou de operar via Madrid com Air Europa a ter voz e voto nas operações portuguesas. Esta boa relação manteve-se no tempo e fomos parceiros também no lançamento da primeira operação charter portuguesa a Cayo Coco, uma outra aposta inédita da Sonhando.
Foi uma relação na qual aprendi muito sobre as particularidades deste mercado. Obviamente que ter agora a oportunidade de recuperar velhos contactos, fornecedores, etc., é estimulante e aliciante, mas também um desafio. Acredito que a Sonhando tem feito um trabalho espetacular, especialmente em Cuba, mas ainda com grandes possibilidades de crescimento.
Opção Turismo – Esteve afastado do turismo durante algum tempo. Agora que regressa sente que foi feita alguma mudança no setor no pós-pandemia?
Fernando Bandrés – Não estive assim tão desligado.
Por um lado, estive a trabalhar num projeto pessoal no turismo de incoming/alojamento e por outro quando uma pessoa gosta mesmo desta profissão é difícil não estar atento.
Difícil é não estar atento ao mercado
Queria saber o que estava a acontecer numa altura tão desafiante como a que estávamos a viver, assim que do meu tempo guardava sempre alguns minutos para poder checar os jornais turísticos, conversar com colegas, etc., tenho estado por isso minimamente atualizado, no entanto ainda “não aterrei” o suficiente para responder sobre mudanças concretas.
A importância de se viajar com o ‘backup’ de uma agência
Pelo menos tenho claro que demonstramos, mais uma vez, ao consumidor o importante que pode ser viajar com o ‘backup’ de uma agência de viagens/operador turístico quando as coisas não correm bem; demonstramos que continuamos a ser uns sobreviventes ante os ‘tsunamis’ que arrasaram à nossa atividade num mundo cada vez mais incerto. Isso está mesmo muito claro.
Tenho visto alguns movimentos de “cabeças visíveis” especialmente na distribuição turística e entradas de novos ‘players’ no mercado da tour operação, algumas concentrações. Nada que tenha sido diferente no passado após outras crises. O anormal seria o mercado não ter estes ajustes. Todo muda e as empresas tem que acompanhar essas mudanças e se adaptar aos novos tempos.
Espero que todos tenhamos tirado algumas lições destes tempos difíceis.
Opção Turismo – O mercado tem nesta altura mais um ‘player’ no mercado a trabalhar o mercado das Caraíbas. Acha mesmo que há espaço para todos? Ao que parece o preço médio dos pacotes turísticos tem vindo a descer.
O mercado tem um mecanismo de autorregulação
que acaba sempre por ajustar oferta e procura
Fernando Bandrés – Tenho tido experiência num ambiente profissional onde a rentabilidade sacrificava-se em prol do volume, mas alcançar o equilíbrio económico e financeiro em essas circunstâncias é quase impossível e não acredito que isto seja sustentável no longo prazo.
Respondendo á pergunta, apenas o tempo dirá se há espaço para todos ou não, porque o mercado tem um mecanismo de autorregulação que acaba sempre por ajustar oferta e procura, seja através de parcerias ou seja pela “lei de Darwin” e, como acontece na natureza, quem sobrevive não é necessariamente o mais forte, mas sim o que se adapta melhor ao ambiente.
Opção Turismo – Agora na Sonhando, e com uma larga experiência em outros destinos que não serão habituais na programação do operador, será que poderemos ver em breve novidades na programação da Sonhando?
Fernando Bandrés – Esta é uma questão que não está de todo posta de lado e que irá ser uma das prioridades dentro da Sonhando, mas ainda não há nada concreto definido.
Ainda estou a sentir o meu novo ambiente, mas definitivamente que nessa adaptação da qual falávamos antes faz parte uma evolução do produto, adaptando-se este também a estes novos tempos.
Luís de Magalhães