Turismo residencial quer prolongamento do ‘lay-off’ e de isenções fiscais

A Associação Portuguesa de Resorts (APR) está preocupada com a situação do sector e defende um prolongamento do ‘lay-off’ bem como a isenção e diferimento do IMI e do IMT, pelo menos durante o período da retoma.

Em declarações à Lusa, o director executivo da APR salienta estar em causa, só relativamente ao negócio do imobiliário turístico residencial dos seus associados, um negócio imobiliário de 650 milhões de euros e mais de 4.500 trabalhadores permanentes, a que acrescem 1.500 temporários em época alta.

Segundo Pedro Fontainhas, as previsões feitas em meados de Abril apontavam para perdas superiores a 70% no total do ano 2020, relativamente ao ano anterior, mas o dinamismo que o mercado nacional tem vindo, entretanto, a revelar levou a uma revisão desta estimativa para quebras na ordem dos 50% a 60%.

– Houve uma reanimação do sector devido ao mercado nacional. Os portugueses estão interessados em comprar segunda habitação, estão interessados num ambiente de resort com todas as vantagens que isso traz ao nível da segurança, qualidade de vida e proximidade do campo e da praia, e aí pandemia penso que terá contribuído para abrir os olhos para essa realidade. Agora, não temos qualquer ilusão que o mercado nacional não vai conseguir compensar a quebra do mercado estrangeiro e do Reino Unido em particular, sustentou.

Conforme destaca o dirigente associativo, a recente decisão do Governo britânico de excluir Portugal dos corredores aéreos turísticos foi um duro golpe para o sector, que, para além do negócio central da construção e venda do imobiliário turístico residencial, inclui negócios complementares como a manutenção e gestão dos empreendimentos, prestação de serviços aos residentes, exploração turística das unidades e promoção/gestão de outros serviços de saúde, bem-estar, turismo, golfe ou desportos aquáticos.

Salientando que a crise provocada pelo surto de covid-19 está a ter efeitos inéditos em toda a cadeia de valor do sector do turismo residencial, Pedro Fontainhas refere que todas as empresas recorreram massivamente ao regime de ‘lay-off’ simplificado criado pelo Governo, tendo a medida, nalguns casos, atingido até 95% dos colaboradores das companhias.

Neste contexto, a associação defende como essencial uma extinção mais progressiva deste regime, de forma a permitir às empresas adaptarem-se melhor ao ritmo da retoma que se vier a verificar.

Segundo Pedro Fontainhas, esta é uma das medidas que a APR ter vindo a propor ao Governo de forma a permitir a sobrevivência das empresas do sector durante a crise e a possibilitar-lhes, depois, uma recuperação tão rápida quanto possível.