A Ryanair opôs-se ontem (26) à taxa de carbono sobre os passageiros de viagens aéreas, cuja proposta foi aprovada na quarta-feira, desafiando o Governo a proteger as regiões portuguesas que dependem fortemente do turismo e da conectividade aérea para a recuperação do emprego.
Para a low cost, as taxas ambientais não têm qualquer efeito na redução das emissões de CO2, são regressivos e prejudicam a concorrência.
A Ryanair opõe-se a qualquer taxa adicional, uma vez que paga anualmente centenas de milhões de euros (630 milhões de euros no ano fiscal 20) em impostos ambientais, lê-se no comunicado.
Para a companhia aérea irlandesa, a imposição de novas taxas sobre a aviação será extremamente prejudicial para Portugal, classificando como absurdo a imposição de mais barreiras por parte do Governo à recuperação do sector perante o impacto da pandemia de covid-19.
Ainda no comunicado que nos foi enviado pela Ryanair, pode ler-se que ao invés de desperdiçar 1,2 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses na TAP, que inevitavelmente será uma transportadora muito mais pequena, o Governo deveria proteger o emprego e os interesses dos consumidores, trabalhando com as companhias aéreas que de facto fornecem baixas emissões, tarifas baixas e conetividade para apoiar o emprego no sector do turismo em Portugal.
A Ryanair lembrou que está também empenhada nos objectivos ambientais de Portugal e graças ao seu projecto Renature Monchique, financiado através das doações de compensação das emissões de carbono, trabalha para a reflorestação de áreas destruídas pelos incêndios florestais de 2018 na região do Algarve.