Receitas turísticas devem ficar aquém dos 9,3MM previstos pelo Governo

As receitas turísticas em Portugal deverão ficar abaixo dos 9,3 mil milhões de euros previstos pelo Governo, conforme estimava recentemente o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

E as contas não são difíceis de fazer, uma vez que até Junho deste ano, o sector só tinha gerado 25% da previsão do Governo, ou seja 2,4 mil milhões de euros.

Depois da quase paragem no ano passado, por causa da pandemia da Covid-19, o turismo começou a recuperar este ano. Consciente das dificuldades, o Governo avançou com um plano para alavancar o sector num horizonte até 2027, mas com estimativas para atingir os 9,3 mil milhões em receitas turísticas. No entanto, os números oficiais mostram que até Junho, o total arrecadado até 75% abaixo desse valor.

Isto porque, de acordo com dados revelados pelo Banco de Portugal (BdP), o primeiro semestre fechou com uma receita de 2.398 milhões de euros, valor que corresponde a apenas 25% da meta definida pelo Governo para o total do ano.

Os dados do BdP são também suportados pelas informações do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram que, em Junho, apesar de o turismo ter continuado a recuperar, a actividade no sector ainda ficou a cerca de metade dos níveis pré-pandemia.

No sexto mês do ano, os alojamentos nacionais receberam 1,4 milhões de hóspedes, que totalizaram 3,4 milhões de dormidas. Foram melhorias face a Junho do ano anterior, mas descidas de 50% face a 2019.

No entanto, segundo informação do Ministério da Economia ao jornal ECO, o Governo mantém-se optimista e empenhadamente a trabalhar em diferentes dimensões, mais concretamente, no que diz respeito ao plano para reactivar o turismo, por isso, tudo fará para que os objectivos traçados sejam alcançados.

Fonte oficial do Ministério da Economia indica ainda que neste mês de Agosto o país está a registar uma mudança muito positiva no turismo, para realçar que a evolução do plano de vacinação a nível nacional e internacional, assim como as estratégias adoptadas pelo sector, têm permitido que esta evolução positiva nos fluxos turísticos ocorra de forma segura e sustentada.

Estas declarações do Executivo surgem numa altura em que as regras de circulação estão menos apertadas, com mais países a permitirem a saída e a entrada de turistas à medida que o número de certificados digitais vai sendo maior.

Desde 2000 que os turistas estrangeiros não gastavam tão pouco em Portugal. O efeito do levantamento das restrições às viagens internacionais já começa a ser sentido na recuperação das receitas turísticas, mas os montantes registados continuam a renovar mínimos de vários anos.