Raul Martins: até à Páscoa vai ser muito complicado para a hotelaria

Os próximos meses, sobretudo até à Páscoa, apesar da retoma já se sentir, serão meses muito complicados. Quem o afirma é o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), na abertura do 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, organizado pela AHP.

Raul Martins relembrou que foi a procura interna que alimentou e aguentou o Verão. E não em todos os destinos, nem em igualdade de condições.

Agora, depois do Verão, a actividade turística, que já por si abranda, com a pandemia estará novamente em maior crise, acrescentou ainda o responsável da AHP.

Raul Martins é de opinião que o futuro mais imediato depende de dois passos:

O primeiro passo está dado, somos o país com maior percentagem de população vacinada na Europa e o segundo no mundo. Essa era a primeira condição para que o país, e o turismo, tivesse presente e futuro. É o que nos abre portas para que possamos transmitir a confiança que os turistas tanto procuram na hora de viajar. E explica que apesar de o ano turístico só ter começado no final de Julho, é inegável que a retoma já começou.

Quanto ao segundo passo que aponta, o presidente da AHP diz que o sector precisa que os apoios em curso, e os que já foram anunciados, continuem a existir. – As dificuldades da operação e da tesouraria não acabam e antes de melhorarem vão piorar nos próximos meses. Pelo que a manutenção do ‘lay-off’ até à normalização das deslocações das pessoas é imprescindível, salienta Raul Martins recordando que a hotelaria exige capital intensivo e grandes volumes de capital e que em 2018 e 2019 muitos hotéis que abriram portas estão endividados.