Primeiro-Ministro cauteloso quanto à questão TAP

O Primeiro-Ministro não quer entrar em grandes pormenores sobre o futuro da TAP, defendendo que essa discussão não deve ser feita na praça pública.

Em entrevista à RTP, António Costa deixou em aberto a possibilidade de o Estado reforçar a posição na TAP, mas foi bem mais cauteloso do que o seu ministro das Infra-Estruturas tinha sido um dia antes na Assembleia da República.

António Costa lembrou que a aviação está em terra em todo o mundo e que nestas circunstâncias nenhuma companhia área sobrevive sem apoio do Estado, mas recusou entrar em detalhes ou avançar as consequências desse apoio, até porque, conforme disse, não é um problema só da TAP, mas de toda a aviação mundial.

O Primeiro-Ministro adiantou que o Governo vai aguardar pelo quadro europeu de medidas para o sector da aviação civil. Neste momento absolutamente atípico, em que estamos, não se devem fazer revisões de planos estratégicos. É altura para parar, aguentar, ver e depois pensar quando tivermos dados suficientemente sólidos para antever aquilo que é o futuro.

– O Estado Português deve ter em conta qual é o quadro europeu, quais são os instrumentos que vamos ter na Europa. Temos uma posição accionista muito relevante na TAP, com uma distribuição de poderes que foi estabelecida numa determinada circunstância. Se as circunstâncias se alterarem, essa relação de poderes também se deve alterar, advertiu.

– A TAP estava numa fase de investimento. Não se pode analisar uma empresa como analisamos as nossas finanças a cada dia. Quando uma empresa está numa fase de investimento, tem naturalmente maior despesa na previsão de ter maior receita. Portanto, não podemos isolar assim, acentuou.