Presidente da APAVT: distribuição turística vai ter timings diferentes de retoma

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, afirmou que a reentrada dos vários sub-sectores da área de distribuição turística vai acontecer em tempos diferentes.

Numa Web Conferência, na sexta-feira (24) dedicada ao tema ‘Tourism Distribution: Healing Solutions’, Costa Ferreira disse que o primeiro a entrar, provavelmente em Julho e Agosto será quem trabalha o mercado interno, com maior ou menor procura. No último trimestre deste ano pensa que será a vez do mercado de lazer que não depende de escala, o lazer de luxo, o turismo de nicho como os safaris, produtos comercializados em pequenos grupos, e o corporate.

Para o presidente da APAVT, só em 2021, no meu entender, é que teremos grupos de lazer que exigem escala, e provavelmente no segundo semestre do próximo ano é que teremos os eventos. Quanto aos cruzeiros, diria que é um sector em doca seca.

Sobre a recuperação do sector, Costa Ferreira pensa que vai precisar de apoios, mas interroga-se se precisamos deles todos hoje. Porque não sabemos as dificuldades que vamos encontrar a meio do deserto e que novas dificuldades vamos encontrar, devemos ir discutindo os apoios nos seus diversos momentos, porque se calhar vamos precisar de apoios mais robustos mais tarde. Acho que não devemos pedir tudo para hoje, até porque se gastarmos todos os recursos hoje, não poderemos recorrer a mais recursos amanhã, realçou.

Os cortes de custos na distribuição turística terá de ser uma prioridade e na opinião do presidente da APAVT o regime de lay off simplificado vai ter de continuar, devendo ir sendo retirado dos sectores há medida que se vão recuperando, apelando, por outro lado, às agências de viagens a darem atenção às cobranças, aquelas que dependem do crédito, como as que trabalham o corporate, para não entrarem em ruptura de tesouraria. E apela ao cuidado com o endividamento. Não deve haver precipitações, acautela.

Para a sobrevivência do sector, Pedro Costa Ferreira diz que a postura das agências de viagens tem de passar, nomeadamente, pelo contacto e diálogo permanente com os clientes, estar activos e presentes, ou seja fazê-los manter o sonho aceso. A médio prazo, trabalhar novas oportunidades de negócio não explorado, apostando nos recursos humanos.

O dirigente associativo lembrou que o sector conseguiu repatriar mais de 30 mil portugueses de cerca de 99 países, um trabalho que considerou exigente, fora o facto de ter dado ajuda a milhares de pessoas que tinham comprado viagens via internet e que não estavam a ser repatriadas, e que milhares de euros já foram reembolsados aos clientes numa primeira fase.