Pedro Costa Ferreira: DMC’s sentem retoma do Turismo com satisfação moderada e intranquilidade

Dois anos depois, o congresso nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) volta a realizar-se de 1 a 3 de Dezembro de 2021, em Aveiro.

Considerado como o maior fórum de debate sobre o turismo nacional, o Congresso da APAVT congrega centenas de profissionais dos mais diversos setores da atividade turística.
“Reencontro” (turismo nacional) é o tema do 46.º Congresso, que tem como principal objetivo dar aos seus participantes a oportunidade de se encontrarem e discutirem assuntos de elevado interesse para o turismo português.

O principal objetivo do Congresso é dar aos seus participantes a oportunidade de se encontrarem e discutirem assuntos de elevado interesse para o Turismo Português.

Este ano, o congresso nacional da APAVT reúne mais de 700 participantes.

Porque se trata de um dos principais eventos do turismo nacional, trocamos algumas impressões com Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT e membro do Board da ECTAA, a confederação europeia das associações de agências de viagens e operadores turísticos.

Opção TurismoQual a razão deste e o que espera do congresso?

Pedro Costa Ferreira – O congresso nacional da APAVT tem como tema principal, o “Reencontro”, facto que não será, afinal, difícil de explicar. Desde 2019 que não há condições para realizar o congresso, pelo que será precisamente e sobretudo, um momento de reencontro. Reencontro com os colegas, com os congressos e com os temas do futuro.

Os desafios de um momento político sem orçamento, a velocidade da retoma, os desafios da sustentabilidade, serão alguns dos principais temas da reunião. Mas também a situação sanitária ou os projectos que a APAVT está a desenvolver com a EY e com a Deco.

Mais de 700 congressistas assistirão aos debates, estando confirmada a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira e da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Para além destas presenças, nomes como Pedro Simas (virologista), Paulo Portas ou Camilo Lourenço, entre tantos outros, marcarão presença naquele que é, indiscutivelmente, o congresso do país turístico.

Opção TurismoComo é que as DMC’s portuguesas estão a sentir a reabertura do turismo em Portugal?

Pedro Costa Ferreira – Com satisfação moderada e intranquilidade.

Com satisfação, porque a história recente diz-nos que, assim que surge um período de relativa acalmia sanitária e optimismo, as reservas começam a cair nas agências de viagens. O País tem feito um esforço notório a nível sanitário, o Turismo de Portugal tem realizado um excelente trabalho de divulgação deste esforço, e as agências de viagens nunca abandonaram o contacto com os clientes internacionais, o que justificará esta activação da procura, assim que um determinado espaço económico parece sair de situação pandémica.

Com intranquilidade porque a recuperação tem de ser global, nos vários mercados emissores e destinos turísticos ao mesmo tempo, e há ainda muitos sinais de intranquilidade e assimetria na recuperação da confiança, factores que têm provocado demasiadas falsas partidas.

Opção TurismoÉ expectável que a questão do novo aeroporto seja uma prioridade política em Portugal para 2022?

Pedro Costa Ferreira – A nova solução aeroportuária é uma prioridade nacional. Dela depende grande parte da capacidade de crescimento do turismo português, e com isso, do crescimento económico de Portugal.

Se, face a esta prioridade nacional, os políticos deste País vão criar uma solução, já é ir à bola de cristal… que não tenho.

Como empresário e cidadão, só posso esperar que este tema seja tratado, finalmente, em 2022. Já vamos com vários anos de atraso…

Opção TurismoQuanto a 2022, o que espera dele em termos turísticos?

Pedro Costa Ferreira – Incerteza é a palavra-chave. A retoma depende do desenvolvimento da situação sanitária, que se tem revelado incerta, assimétrica, com muitos avanços e recuos, como já referido

Julgo que iniciaremos em 2022 uma recuperação mais visível, sendo, no entanto, difícil imaginar que teremos no próximo ano, os números de 2019…

Luís de Magalhães