Mercado interno ajudou recuperação do turismo em Abril

A actividade turística em Portugal começou a dar alguns sinais de recuperação durante o mês de Abril, sobretudo graças à resposta do mercado interno, dizem os números, ainda provisórios divulgados esta segunda-feira pelo INE.

O número de hóspedes e de dormidas disparou mais de 500% em relação a Abril de 2020, quando a pandemia paralisou por completo o turismo.

Ao todo, durante o mês em análise, os estabelecimentos de alojamento turístico terão recebido 460 mil hóspedes, que foram responsáveis por 946,8 mil dormidas. Estes números representam subidas de 762,6% e 510,8%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano passado.

Estes dados são relativos a um mês em que mais de metade da oferta de alojamento já estava a funcionar, o que representa uma clara evolução em relação a Março, quando Portugal estava em confinamento. Em Abril, 47,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram qualquer movimento de hóspedes, depois dos 60,4% registados em Março.

A justificar esta recuperação continua a estar o mercado interno. Os 371,8 mil hóspedes residentes em Portugal foram responsáveis por 668 mil dormidas em Abril.

As dormidas de residentes aumentaram 517,0% (-20,8% em Março) e as de não residentes cresceram 496,5% (-86,7% no mês anterior). Comparando com Abril de 2019, observaram-se decréscimos de 60,3% e 93,5%, respectivamente.

De Janeiro a Abril, segundo o INE, o país registou 1,25 milhões de hóspedes e 2,74 milhões de dormidas, o que, em ambos os casos, representa quedas a rondar os 70% em relação a igual período do ano passado.

Ao mesmo tempo, e apesar da recuperação, os resultados continuam muito abaixo dos níveis pré-pandemia, O número de hóspedes e de dormidas registado em Abril de 2021 está cerca de 80% abaixo do que se verificava no mesmo mês de 2019, último ano de recordes para o sector do turismo.

Considerando os primeiros quatro meses do ano, verificou-se uma diminuição de 70,1% das dormidas totais, resultante de variações de -39,0% nos residentes e de -85,6% nos não residentes. Nesse período, os maiores decréscimos verificaram-se nos mercados canadiano (-97,4%) e chinês (-96,4%), enquanto, em sentido contrário, as menores diminuições foram registadas nos mercados polaco (-55,5%), suíço (-69,6%) e italiano (-74,1%).