A secretária de Estado do Turismo admitiu aos deputados, esta quarta-feira (15) que, sem prejuízo das medidas de apoio já lançadas para este sector económico mais afectado pela pandemia da Covid-19, o Governo vai reforçar as medidas de apoio ao turismo e restauração.
Rita Marques explicou que, com as restrições para corredores aéreos, as previsões pioraram face à quebra de 50% prevista há um mês. A situação é especialmente difícil, não há como negar, reconhece, para acrescentar que este reforço de medidas é necessário, numa altura em que as perspectivas para o sector do turismo pioraram.
– Estamos a trabalhar na conversão do incentivo do microcrédito, que até agora converteu 42 milhões de euros, disse, defendendo que o Governo quer uma conversão a fundo perdido.
O Governo vai reforçar três das linhas de apoio para as empresas do turismo, anunciou Rita Marques, que detalhou ainda que a linha de microcrédito, que passará a ter uma dotação de 100 milhões de euros, poderá conceder 20% a fundo perdido desde que cumpridas certas condições, entre as quais a manutenção dos postos de trabalho.
As linhas Capitalizar Turismo e de Apoio à Qualificação da Oferta, para apoiar projectos que envolvam investimento no interior do país serão reforçadas em 300 milhões de euros, cada, avançou, durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. Estes reforços deverão ser anunciados nas próximas semanas.
A governante disse ainda aos deputados que o turismo e restauração absorveram 22% do lay-off simplificado, e adiantou que nos próximos dias vai clarificar as regras para a actividade do sector da animação turística, eventos e congressos.
Entretanto, o Governo decidiu criar mais uma linha para o sector do turismo. O foco são as empresas organizadoras de eventos que foram, e estão a ser, afectadas pela pandemia. A nova linha de financiamento de 20 milhões de euros deverá ficar disponível ainda este mês.
O anúncio foi feito pela secretária de Estado do Turismo na passada sexta-feira, durante um evento da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE). Temos plena consciência de que o sector turístico foi fortemente impactado por esta pandemia e dentro do sector do turismo temos de distinguir alguns sub-sectores, sendo certo que a organização de eventos é um deles, disse.
Trata-se de uma linha específica para todos aqueles que organizam eventos, dando destaque às pequenas e médias empresas que estão com a actividade fortemente impactada, tendo em conta que os eventos estão a realizar-se de uma forma muito hesitante.
O que faz de Portugal melhor destino do mundo por 3 anos consecutivos, não será infectado pela Covid-19. Esta é a convicção da secretária de Estado do Turismo.
Segundo Rita Marques, esses activos, como a paisagem, a gastronomia, as gentes, vão ficar e perdurar.
Em declarações à Lusa, a governante destaca que para que esses activos continuem a poder ser explorados no futuro, é preciso manter os postos de trabalho e preservar a capacidade produtiva das empresas.