O secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira afirmou que está mais do que convencido que a ameaça da companhia aérea easyJet, de deixar de voar entre o continente a região, se traduza na prática.
Eduardo Jesus comentava aos jornalistas, esta terça-feira (11), em Lisboa ao facto de a transportadora aérea low cost ter anunciado que estava a equacionar interromper as ligações aéreas entre a Madeira e o continente, a partir de Lisboa e do Porto, depois de o parlamento ter aprovado a entrada em vigor do novo regime do subsídio de mobilidade.
O Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020), aprovado quinta-feira passada em votação final global determinou que os madeirenses passariam a pagar apenas o preço estipulado para as passagens aéreas de ida e volta – 86 euros para os residentes e 65 euros para os estudantes -, sem terem de adiantar valores passíveis de reembolso.
A implementação destas medidas implica a expulsão da easyJet de um mercado liberalizado, por uma decisão política, e que forçará a companhia a interromper as duas rotas domésticas actualmente existentes entre a Madeira e o continente português”, indicava a companhia em comunicado de imprensa.
A easyJet sublinhava que a interrupção das ligações a partir de Lisboa e do Porto terá um enorme impacto negativo tanto na vida das pessoas, como no turismo e na economia de toda a região.
De acordo com o governante regional, o que acontece é que há o modelo de subsidiação dos residentes da Madeira e dos Açores para a mobilidade e, no caso da easyJet não é entendido como nas outras companhias, casos da TAP e da SATA nos Açores e só da TAP na Madeira.
O secretário Regional lembrou, no entanto, que a lei foi aprovada, mas falta toda uma regulamentação dessa legislação, da exclusiva responsabilidade do Governo da República, acrescentando que, estamos em crer que o interesse nacional é exactamente o mesmo que o regional e que essa regulamentação não passará por medidas que possam afastar este ou outra companhia aérea, quando nós estamos a trabalhar no sentido contrário, que é de reforçar a acessibilidade à Madeira trazendo mais transportadoras aéreas a jogo. Num cenário de expansão, não queremos perder uma companhia, disse.
– Aquilo que posso afirmar é que temos mantido um contacto continuado com a easyJet e temos garantido a sua delegação em Portugal o empenho político total no sentido de serem concertadas soluções que vão de encontro às preocupações da companhia, porque, nem a Madeira nem o país podem dar-se ao luxo de perder uma ligação ou uma operação aérea. Por isso, para nós, isto está fora de questão, evidenciou.
Eduardo Jesus fez questão de realçar, citando informações da ANA, que nos últimos 2 anos, foram à falência 14 companhias aéreas, que afectaram os aeroportos geridos pela Vinci em Portugal, e dessas, 9 tocaram o aeroporto da Madeira. Isso deixou-nos numa circunstância de uma obrigação de reacção, e temos vindo a fazer esse trabalho, esclareceu, no dia em que esteve em Lisboa para assinar o protocolo que institui a Madeira como destino preferido da APAVT em 2020.