Eurocontrol: UE está a matar a aviação

As restrições descoordenadas na União Europeia (UE) está a matar a aviação, alerta a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol), dando como exemplo a quarentena imposta pelo Reino Unido às viagens de Portugal.

Para a organização, o grande problema reside em não haver progressos na Europa desde meados de Agosto, quando um elevado número de restrições foram impostas pelos governos, como as obrigações de quarentena.

O director-geral da Eurocontrol, Eamonn Brennan, lamentou lamentou que não haja uma resposta coordenada na Europa sobre as restrições às viagens, situação que está a matar a indústria aeronáutica.

O que me preocupa é que os voos realizados têm vindo a diminuir desde há duas semanas, acrescenta Eamonn Brennan e destaca que, dos 37 mil voos diários efectuados normalmente nesta altura do ano, na passada segunda-feira só se registaram 16 mil, o que significa uma quebra de 45% face ao período homólogo do ano passado.

Refira-se que e de acordo com a Eurocontrol, esta situação afecta, particularmente, as cinco maiores companhias aéreas europeias, entre as quais Ryanair, easyJet, Turkish Airlines, Air France e Lufthansa.

Em vez de estabilizar, a situação está a piorar na Europa porque vemos menos voos operados, menos prestadores de serviço e ainda menos transporte de carga, explica Eamonn Brennan, chamando a atenção para uma situação idêntica ou pior nos aeroportos.

As mais recentes projeções da Eurocontrol de tráfego aéreo para os próximos meses, apontam quebras a manterem-se à volta dos 50%/60% até Fevereiro de 2021, quando anteriormente se previa que estivessem abaixo dos 20%.

Em termos gerais, o tráfego aéreo está por estes dias a registar quedas à volta dos 50% face a 2019, o que compara com reduções de 90% em Março e Abril deste ano, altura de confinamento.