CTP diz que PRR é uma desilusão para o sector do turismo

A CTP defende a integração de Plano de Recuperação do Turismo Português no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e diz que o documento apresentado pelo Governo menospreza a importância do sector para a economia nacional e não reflecte qualquer estratégia para a actividade.

Em sede de consulta pública, que terminou no passado dia 01 de Março, a CTP apresentou um conjunto de propostas para relançar o sector num Plano de Recuperação do Turismo Português a integrar no PRR, documento que considera uma desilusão para esta actividade económica

Face às inúmeras dificuldades que as empresas do turismo atravessam após um ano praticamente sem actividade e sem receitas, a CTP defende uma intervenção a curto e médio prazo no sector, de forma a assegurar a recuperação do tecido empresarial e do emprego. Esta intervenção, de acordo com o organismo, deverá ser materializada num Plano de Recuperação do Turismo Português a integrar no PRR e em articulação com outros instrumentos europeus de apoio às empresas.

O PRR é uma desilusão para o turismo, afirmou Francisco Calheiros, para acrescentar que a actividade mais dinâmica, competitiva e geradora de riqueza e emprego para a economia nacional foi simplesmente excluída das opções estratégicas do Governo para os próximos anos. Assim, segundo o presidente da CTP, este é um cenário que não podemos aceitar.

No âmbito do PRR, a CTP defende a inclusão de uma nova Componente de Recuperação do Turismo, que integre medidas de dinamização da actividade, uma agenda de investigação e inovação para a sustentabilidade do Turismo; uma nova Componente de Redução da Pegada de Ecológica do Turismo; e ainda uma agenda para a acessibilidade e intermodalidade sustentável do Turismo, para além da criação de um Programa de Inovação e Aprofundamento da Transformação Digital do Turismo.

Para a Confederação do Turismo de Portugal, o sector necessita, no imediato, de um conjunto de medidas quer passam, nomeadamente, pelo alargamento do lay-off simplificado a todas as empresas, independentemente da sua dimensão, com perda de facturação relativamente ao ano de 2019 e, cumulativamente, a continuação das medidas de apoio ao emprego até, pelo menos, ao final do ano de 2021, do reforço da dotação financeira do Programa APOIAR e ainda da extensão do Programa APOIAR Rendas à vertente não habitacional e aos espaços de centros comerciais.

De entre as necessidades urgentes para o sector, a CTP avança ainda com o alargamento dos apoios à mitigação dos custos fixos das empresas turísticas, criação de instrumentos viáveis para a prorrogação das moratórias fiscais e financeiras, apoio às empresas exportadoras de serviços turísticos, com afectação de dotação específica, capitalização das empresas do Turismo, fazendo uso das medidas já previstas no PEES – Programa de Estabilização Económica e com recurso a fundo perdido, bem como o lançamento de campanha internacional de promoção que retome os níveis de segurança e confiança no destino Portugal.