Cabo Verde quer África no mapa mundial do turismo

O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defendeu, na ilha do Sal, a necessidade e urgência de o continente africano fazer parte do mapa mundial do turismo.

Por outro lado realçou a aposta no turismo interno no continente africano, como forma de diversificar os mercados emissores, bem como o aprofundamento da cooperação entre os vários agentes do sector em África.

– Importa, pois, enveredarmos pelo caminho de mudanças que permitam alargar e cimentar o mercado turístico. E, ao falarmos de mudanças, talvez tenha chegado o momento de abordar a mudança que se impõe. Refiro-me à necessidade de valorizar o continente como emissor de turistas e de explorarmos o turismo intra-africano, sul-sul, afirmou o chefe de Estado, ao intervir na abertura da 64.ª reunião da comissão regional africana da Organização Mundial do Turismo (OMT), que decorreu em Santa Maria, ilha do Sal.

Além da 64.ª Reunião da Comissão Regional da OMT para África, Cabo Verde organizou também a segunda edição do Fórum Global do Turismo para o Investimento em África, juntando nos dois eventos mais de 200 participantes, nacionais e estrangeiros.

– Sim, trabalhamos muito para atrair europeus, asiáticos, americanos etc., e mal nenhum há nisso, mas pouco ou nada se tem feito para explorar a África enquanto continente emissor. Parece-me, que, devidamente trabalhado, o mercado africano pode ser um nicho importante e muito rentável. Grande e aliciante é, de facto, o desafio de mudar positivamente a imagem da África, mas devemos estar cientes de que esta mudança deverá começar em cada um de nós, africanos, na forma como vemos e vivemos a África, apontou Jorge Carlos Fonseca.

Acrescentou que o turismo, como para outros países africanos, é um sector essencial para o desenvolvimento de Cabo Verde e possui um elevado potencial para estimular o desenvolvimento social e económico do país no seu todo.

No entanto, o presidente de Cabo Verde está ciente da necessidade de diversificar a actividade económica em África, mas também de aproveitar este potencial que é o turismo, moldá-la, reajustá-la de maneira a que os ganhos de competitividade externa nos permitam acompanhar a sua evolução e, sobretudo, enfrentar a concorrência, afirmou, para acrescentar que é necessária uma actualização dos produtos e serviços turísticos, para responder a uma procura cada vez mais exigente.

Com a realização dessas duas reuniões no Sal, Cabo Verde pretendeu recandidatar-se a um segundo mandato no conselho executivo da OMT, como também assumir um papel mais activo e actuante no seio da comissão regional africana da OMT.

Promover o investimento para o desenvolvimento e valorização do turismo em África, criação de uma imagem positiva de África e de Cabo Verde, enquanto destinos turísticos e maior integração africana, por via do turismo foram os principais objectivos traçados para os eventos.