O destino preferido da APAVT este ano é a Madeira, foi anunciado esta terça-feira, em Lisboa, pelas duas partes, que assinaram um protocolo neste âmbito.
A APAVT, de acordo com intervenção do seu presidente, Pedro Costa Ferreira, o objectivo é dinamizar os fluxos turísticos do continente para a região e diminuir a sazonalidade, mas sobretudo lançar as bases de uma alteração estrutural da relação, inovando.
Na sua intervenção, o presidente da APAVT frisou que com este estatuto vai-se fazer um trabalho de marketing, mas também ao nível técnico com os operadores turísticos e agentes de viagens. Com a Madeira, disse, é um projecto que surge num momento delicado para a região, que foi objecto de uma caracterização por parte da Associação no seu último congresso. Por isso, define o momento como uma tempestade perfeita, já que a Madeira foi a região do país mais prejudicada com as falências de companhias aéreas, em alguns casos ferindo o seu principal mercado, rotas essas que ainda, em parte, não foram preenchidas.
Costa Ferreira lembrou ainda que outra questão que tem assolado a Madeira tem sido a inoperacionalidade do aeroporto do Funchal, uma realidade percepcionada quer pelos consumidores, quer pelos agentes turísticos, para lembrar ainda o facto de a oferta ter crescido nos últimos anos, o que não deixa de ser um factor adicional de risco.
Por todas estas razões, este destino preferido aparece no momento ideal, momento em que precisamos de actuar com mais acuidade com vista a aumentar o crescimento do fluxo turístico continental, diminuir a sazonalidade e lançar as bases de uma alteração estrutural da relação, através da inovação. A Madeira tem inovado na sua oferta e na sua promoção, um destino que hoje se direcciona, muito mais do que há anos atrás, para jovens, que hoje tem a possibilidade de ter um tempo médio de estada muito maior, e que oferece eventos que justificam qualquer viagem de short-break, para além dos mais conhecidos, justificou o dirigente associativo.
Já o secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira realçou que estes constrangimentos que são colocados à região são desafios e oportunidades. É com essa postura de inovação que vejo esta parceria com a APAVT, porque encontro nela um espaço para promovermos a superação, a encontrar novos caminhos, novas soluções, e afirmar o destino como muito mais do que se percepciona.
Em relação ao mercado interno para a Madeira, Eduardo Jesus afirmou que ele tem vindo a crescer desde 2016 quando a região foi destino turístico preferido da APAVT, num trabalho coordenado também com a Associação de Promoção Turística da Madeira. Até Novembro de 2019 o mercado do continente teve uma subida de 9% e, embora seja diferente dos mercados tradicionais estrangeiros, porque a estada média é curta, rondando os 3 a 4 dias, enquanto a estada média na região é de 5,2 dias, com ingleses e alemães a ficaram 7 a 8 dias, existe uma maior rotação, pela proximidade, tendo, por isso, liderado as dormidas o ano passado.
Um projecto que o governante regional fez questão de lembrar e que pretende dar continuidade é o ‘Madeira Specialist”, um programa de e-learning que fez com que essa formação chegasse aos agentes de viagens para que, de uma forma mais alargada e aprofundada pudessem comercializar a Madeira. Uma experiência piloto nesta dimensão e que resultou muito bem, pois criaram-se novos hábito de vender a Madeira e permitiu um reposicionamento do destino, concluiu, Eduardo Jesus.