APAVT diz que não há notícias de agências de viagens em falência

Não há notícias de agências de viagens de viagens que tenham entrado em falência ou que não tenham aguentado esta crise, declarou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

– O que é certo é que a maior parte deste sector (cerca de 80%) está em lay off, e cerca 95% teve quebras na sua actividade de 90%, mas a esmagadora maioria não despediu nenhum trabalhador, declarou Costa Ferreira, em entrevista à SIC.

O presidente da APAVT lembrou que há empresas que estão a reentrar no mercado e outras que retomarão actividade muito mais tarde (lá para os meados de 2021) como as de organizações de grandes eventos, de incentivos de empresas, e de congressos. Portanto, para todo este tipo de negócios que entrarão mais tarde no mercado, nós defendemos a continuação do lay off simplificado, que tem sido um instrumento poderoso e que tem colado muito bem com os objectivos do Governo do ponto de vista com a manutenção do emprego.

Na opinião de Pedro Costa Ferreira, enquanto formos regressando ao mercado, e aguardamos apoios em forma de capital, e quando mais para a frente, o problema não for do encontro da oferta e da procura, ou seja, quando o problema já não for tão sanitário, mas de depressão económica, e quando for possível desenhar planos de negócio, então sim, julgo que linhas de crédito serão bem-vindas.

Mas o dirigente associativo realça que precisamos de reforço de capital nas nossas empresas, por isso defendo que há linhas de capital que devem ser reafirmadas nesta altura com pagamento a longo prazo de maneira que elas tenham liquidez para reagirem. Hoje precisamos de apoios a fundo perdido, precisamos de apoios de capital, pois houve uma ruptura total de liquidez.

No decorrer da entrevista, o presidente da APAVT destacou que é preciso começar a andar para poder correr. Para isso, é preciso explicar às pessoas que podem sentir segurança. É começar a trabalhar como fizeram os restaurantes. No entanto, o sector da distribuição começar a andar é mais difícil porque depende em grande parte (70% do nosso negócio depende da mobilidade internacional) da harmonização das condições de viagens, sobretudo as aéreas.

Neste sentido, frisou que a APAVT está em contacto permanente com todas as companhias, em especial com a TAP. Estamos a tentar organizar com a TAP para dar tempo para nos ir pagando os reembolsos que são necessários. Estamos a dar espaço à recuperação a toda a cadeia de valor, pois toda ela entrou em ruptura de liquidez e temos de colaborar uns com os outros, e não podemos deixar de dar tempo aos nossos fornecedores. Todos nós necessitamos que a TAP tire as rodas do chão e que continue a fazer parte da solução do turismo português, para referir que para haver turistas têm de haver agências de viagens vivas.

– Sem turismo não há negócio e o que vier é para agarrar com unhas e dentes, já defendia Pedro Costa Ferreira em declarações, sexta-feira (22) à RR, acrescentando que precisamos de pôr a roda a andar.

Apesar de o turismo internacional ser fundamental para a retoma do sector, há que aproveitar todas as oportunidades que surjam em termos nacionais, disse