A hotelaria em Portugal estima prejuízos elevadíssimos, mas espera conseguir alguma actividade com o mercado interno à cabeça. Ainda assim, a AHP tem esperança de que em Setembro e Outubro se assista a alguma melhoria.
A média de reservas em Junho ficou-se pelos 43%, em Julho devia situar-se na mesma linha e em Agosto em torno dos 46%.
Os principais mercados de turismo são o mercado interno, à cabeça, e Espanha e França a preencherem o Top 3 do turismo nacional. O Reino Unido já estava fora deste grupo no momento do inquérito, posicionando-se em quarto lugar.
A taxa de ocupação média nacional ficou apenas nos 48%, apontou Cristina Siza Vieira. O pior registo está em Lisboa, de 32%, e os mais de 60% conquistados pelo Algarve e Alentejo não são motivo de excitação, tendo em conta que o que está em causa é a época alta, continua a responsável da AHP.
O inquérito indicava menos unidades hoteleiras encerradas em Junho do que no mesmo mês do ano passado, e a tendência era que a percentagem de unidades encerradas fosse cada vez menor até Setembro.
De acordo com o inquérito, realizado entre 7 e 21 de Junho e que contou com respostas válidas de 610 unidades de hotelaria distribuídas por todo o país, de Junho a Outubro nota-se uma clara intenção de abertura explicou a presidente executiva da AHP na apresentação, esta quarta-feira do inquérito sobre as perspectivas dos hoteleiros nacionais para este Verão.
Em Junho de 2020, havia 52% de unidades encerradas, ao passo que, em 2021, o valor baixou para 17% no mesmo mês, enquanto a taxa de ocupação média nacional fixou-se os 48%, nas duas primeiras semanas de Junho, com o pior registo em Lisboa e o melhor no Alentejo. O preço médio por quarto ficou nos 93,50 euros, com Lisboa novamente a ficar abaixo da média, com 79,51 euros, e o tempo médio de estada a permanecer baixo, entre uma e três noites para 76% dos inquiridos.
Em paralelo, notam-se dificuldades na contratação, diz a AHP. 68% dos inquiridos têm a intenção de reforçar as equipas em regime temporário para fazer face aos picos de procura. Mas 64% dizem que estão com muita dificuldade na contratação para este período e, mesmo tendo hóspedes, não estão a conseguir servir nos próprios restaurantes ou fazer serviço de quartos. Isto porque muitos dos funcionários mudaram de cidade ou estão a receber o subsídio de desemprego.
As principais ameaças apontadas pelo sector são as restrições em termos de voos e mobilidade (40%), o medo de ser infectado com a doença (26%) e a incerteza e desconhecimento das regras no local de destino (25%).