AHP critica falta de orientação em relação a mercados de longo curso

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) condena o Governo pela ausência de orientações claras relativamente ao reconhecimento do certificado de vacinação de cidadãos provenientes dos Estados Unidos da América, Brasil e de alguns do Reino Unido.

Isto porque, de acordo com comunicado da AHP, o Governo português por não estar a aceitar o certificado de vacinação de cidadãos norte-americanos e brasileiros, bem como os certificados de vacinação de britânicos que estejam inoculados com a vacina da AstraZeneca fabricada na Índia, quando vários países europeus, como Espanha, França, Suíça e Alemanha, já o fazem.

Segundo Raul Martins, presidente da AHP, o Governo não só está em contra-ciclo com o que se está a passar e a esquecer uma orientação do Conselho Europeu já de há muito – isto é, que os Estados Membros podem seguir as orientações relativamente à aceitação de vacinas aprovadas pela OMS mesmo que não homologadas, ainda, pela EMA -, como está abertamente a prejudicar as empresas turísticas e, por essa via, a recuperação económica do país. É lamentável o que está a acontecer.

Raul Martins sublinha ainda que as empresas estão a  fazer o impossível: contactam directamente os operadores, as companhias aéreas, os clientes habituais, e o que ouvem é que estes não pretendem retomar as viagens para Portugal porque mesmo os clientes vacinados estão sujeitos a  testes à entrada, testes para frequentarem hotéis, restaurantes e outros equipamentos quando outros destinos não têm este tipo de restrições.

Refere ainda o dirigente que de pouco serve os empresários estarem a puxar pela economia se depois o Governo não cria as condições para que o negócio se possa concretizar! Assim será impossível que a retoma se faça, quando a concorrência está bem à nossa frente e estes mercados, fundamentais para Portugal, mais ainda porque viajam fora da época alta, não podem vir para o nosso país. O nosso Primeiro-Ministro fala muito em abertura, e que Portugal liderou o caminho para a criação do certificado digital na UE, mas afinal esta iniciativa e a nossa suposta abertura acabou aí.

Raul Martins acrescenta que é indispensável  ver para além da nossa fronteira! Esta gestão é desastrosa e vai-nos empurrar para a cauda da Europa, para recordar que até para a própria TAP, que tinha rotas já consolidadas nos mercados americano e brasileiro não as pode aproveitar.

Refira-se que a AHP, que já por diversas vezes junto do Governo tem apelado à necessidade de ser encontrado um equilíbrio entre a saúde / segurança públicas e a economia, considera agora  que só com uma intervenção ao nível de outras instâncias políticas se poderá ir ao encontro deste desígnio.