Aeroporto do Montijo: hotelaria contra ‘bate pé’ das autarquias

A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) reafirma que o Montijo é a melhor solução para o aeroporto complementar em Lisboa, e considera inaceitável que uma autarquia possa impedir a construção da infra-estrutura aeroportuária de interesse nacional.

Em causa está a decisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) de se recusar emitir um parecer prévio de viabilidade do aeroporto do Montijo, devido ao parecer negativo de duas das cinco câmaras municipais envolvidas, seguida do anúncio do Governo de que vai avançar para uma Avaliação Ambiental Estratégica e estudar três soluções, incluindo a construção no campo de tiro de Alcochete.

Em declarações à Lusa, o presidente Associação hoteleira, Raul Martins, afirmou que é com grande preocupação que a AHP viu a decisão da ANAC sobre o Montijo. É inaceitável que uma Câmara Municipal possa impedir a construção de uma infra-estrutura de interesse nacional. Esperamos, por isso, que a lei seja alterada rapidamente.

Para Raul Martins, a possível construção de um aeroporto em Alcochete, não é solução, apontando questões ambientais e económicas, para realçar que é uma solução que custa mais seis mil milhões de euros. Para além de estarmos a falar de uma construção de raiz que demorará muito mais tempo do que a solução Portela + Montijo. Tempo esse que não temos!, argumenta.

O responsável da AHP considera que eliminar a Portela seria muito prejudicial para o Turismo em geral e para a Hotelaria em especial.

– Sendo Portugal um país periférico não se deve agravar o tempo total de viagem e com a solução Alcochete é o que irá acontecer. Para haver Alcochete não pode deixar de haver Portela, solução que garante um menor tempo de viagem para quem chega a Lisboa e o hub terá de ser em Alcochete, defende.

Nesse sentido, Raul Martins aponta para a necessidade de o novo aeroporto estar a funcionar a partir de 2023, lembrando que durante 2019 a Portela estava já a operar para lá do limite da sua capacidade.