A agência de viagens Optimatours, sediada no Porto, surge em Abril de 1999, embora a empresa-mãe, a Optima, seja mais antiga e ligada apenas aos autocarros de turismo e rent a car, fundada pelo seu pai, Joaquim Moreira.
Com o passar dos anos, foi sentida a necessidade de ter mais uma actividade, também ligada ao turismo, uma vez que o negócio do rent a car estava a ter grandes quebras. Quem o diz é Paula Moreira, sócia gerente e directora da agência de viagens Optimatours, acrescentando que o negócio da rent a car foi encerrado em 2002.
No que concerne à agência de viagens, foi Paula Moreira que abriu a actividade, juntando-se a mais três sócios: as duas irmãs e um sobrinho, sendo que a outra sócia gerente é a sua irmã Susana.
A Optimatours, para além de ser associada da APAVT, pertence ao grupo de gestão GEA. Na área de transportes também é associada da ARP.
Paula Moreira explica que a agência trabalha não só no outgoing como também no incoming, sendo que a mais recente desilusão foi o cancelamento de um grupo de um grupo europeu para o fim do ano, que certamente “aliviaria” as contas do ano. Nesta altura, com o aumento da propagação da covid, o incoming é quase nulo.
Quanto à programação própria, também é praticamente nula, embora e por vezes se façam alguns programas à medida para um grupo especifico e a pedido.
Destacando que o ano de 2021 foi melhor que o anterior, mas não deixou de ser fraco, na generalidade.
Não atingimos as metas propostas, nem no número de clientes, nem em termos de volume de negócio, diz a directora da Optimatours, explicando que comparativamente com o ano de 2019, houve uma quebra de cerca de 75% em termos de volume de negócio.
– E quanto a vendas em 2021?
– O que se vendeu mais foi Portugal. Mas também se venderam programas para Cabo Verde, Caraíbas e para diversos países na Europa.
– Como antevê o próximo ano?
– Conto que o próximo ano corra melhor. Obrigatoriamente esperamos que sim. Pelo menos no outgoing porque no incoming ainda não temos nenhuma previsão.
– A Optima Tours também actua no mercado dos autocarros de turismo. Qual a frota?
– Temos 8 autocarros, uma minibus Mercedes de 9 lugares e 1 automóvel Mercedes 300E hibrido. E quanto a trabalho, em dois anos, pouco ou quase nada foi feito, já que habitualmente trabalhamos com operadores de incoming.
– Considera que o encerramento de fronteiras para ´travar’ a propagação da covid é o melhor?
– Neste momento já não se justifica o fecho de fronteiras mas entendemos que conforme esteja a situação podem ter de ser tomadas algumas medidas.
Em meu entender, um dos problemas que temos são os não-vacinados e acho que as medidas deveriam também passar por penalizar estes, afirma a nossa entrevistada que defende que uma das medidas a tomar seria os não-vacinados terem de pagar as suas despesas no hospital caso sejam internados com covid.
Em termos de apoios governamentais ao turismo, Paula Moreira refere que, no início, apoios foram alguns e ajudaram bastante as empresas.
– No entanto, neste momento são praticamente inexistentes. Pagamos praticamente o mesmo valor dos impostos e não recebemos qualquer ajuda desde Setembro de 2021.
A terminar esta entrevista com a directora da Optimatours, quisemos saber quais, no actual momento, são as maiores dificuldades.
– Apenas, como mais importantes, três: conseguir vender com as condicionantes da Covid; conseguir que depois de vender, esses os clientes viajem e regressem sem problemas; e, sobretudo, fazer face às despesas, que aumentaram face a 2019. Desde os salários a tudo o que diga respeito a despesas fixas como seja luz, água, internet, telefones e até os consumíveis estão mais caros!
Luís de Magalhães