A GMT Tours foi constituída no dia 22 de dezembro de 2022, com a intenção de ser uma agência de viagens que oferecia, em simultâneo, Incoming e Outgoing, com um serviço personalizado.
A agência abriu na Madeira, mais propriamente no Funchal, tendo como sócios Pedro Bexiga e o luso-israelita Alon Koby. O principal motivo foi a criação de uma operação direta back to back Telaviv-Funchal.
Curiosamente, a própria escolha do nome para a agência tem a sua história.
“Inicialmente queria criar a MR Tours que são os nomes dos meus dois filhos, Madalena e Rodrigo. No entanto, a Conservatória Comercial não o permitiu. Foi então que o meu sócio sugeriu ‘porque não GMT Tours, ou seja, Greenwich Mean Time? E eu respondi-lhe porque não, uma vez que a ideia também era de a designar como GMT TOURS, de General Managment Tours. Fazia todo o sentido e assim ficou GMT Tours”, explica Pedro Bexiga.
O nosso entrevistado, cuja apresentação faremos mais adiante, esclareceu que e em seu entender, o que diferencia a GMT Tours das outras agências é particularidade de poder fazer programas há medida do cliente e nunca pondo de parte a atenção ao cliente durante a sua estada num destino, para que o cliente não se sinta como mais ‘um’, mas sim como diferenciador.
A GMT Tours é uma associada da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo, fazendo também parte da DIT Portugal/Dit Gestion.
Para além de desenvolver todo o trabalho inerente a uma agência de viagens, organiza programas à medida para o segmento de Incoming.
“Dá imenso gozo não só os planificar como também a pô-los em prática. Nomeadamente porque o departamento de Incoming é o que nos dá maior rentabilidade sobretudo em comparação com o Outgoing”.
Nesta área, a agência vai fazer parte no final de maio/início de junho da organização do evento Porto Santo Nómadas Festival e, durante a primeira quinzena de dezembro, participa no Madeira Nómadas Festival.
Depois desta introdução, durante a qual ficámos a conhecer a GMT Tours, vamos conhecer um dos seus sócios, Pedro Bexiga, que assume também as funções de diretor da agência.
Pedro Bexiga: mais de 30 anos no Turismo
Com mais de 30 anos de experiência no mercado da hotelaria e turismo, Pedro Bexiga junta ao currículo o desempenho de funções diretivas em vários grupos hoteleiros portugueses e grupos turísticos espanhóis, tendo passado pelos hotéis Oásis Atlântico (Cabo Verde), Vila Baleira (Porto Santo), Suite Hotel Jardins da Ajuda (Funchal), Vila Galé e Newhotel Software, entre outros.
Na área das agências viagens passou pela Blandy Viagens Lisboa e durante os seis anos que viveu na Ilhas Baleares começou por trabalhar na agência de viagens Logitravel, no departamento de cruzeiros. Passados cerca de três anos e meio, foi trabalhar para o operador Soltour e grupo Piñero, em Mallorca.
“Quando decidi regressar a Madeira com a minha família, comecei a trabalhar no Hotel Quinta do Monte (grupo Charming Hotéis). Pouco tempo depois, fui convidado para abrir o Hotel Turim Santa Maria, no Funchal, como director. Saí do grupo Turim no início da pandemia da covid-19”, diz o nosso interlocutor, acrescentando que no pós-pandemia ingressou na área do Imobiliário onde não tinha qualquer experiência.
Os primeiros passos nesta área foram dados na Remax Eco Madeira onde viria a conhecer o seu agora sócio na GMT Tours, Alon Koby.
Acrescente-se que foi Alon Koby lhe vendeu a sua casa e, entre várias conversas, surge o projeto de criação de uma agência de viagens que seria a GMT Tours.
“Na Imobiliária, foi uma nova aprendizagem e uma nova experiência numa área de negócio completamente desconhecida para mim”.
Passados estes quase seis meses desde o início da atividade, a GMT Tours está a cumprir o previsto.
“Sim. Podemos dizer que o saldo é positivo, com a captação de novos mercados nomeadamente o israelita, com os voos de Lisboa com a El Al e do Porto com a Sundor Airlines, afirma Pedro Bexiga avançando já a concretização da operação Funchal-Tel Aviv para 2024 com a Sundor Airlines.
“Também a destacar o aparecimento do nicho de produto “Nómadas Digitais”, a angariação de novos clientes e, sobretudo, o crescimento da notoriedade da marca GMT Tours”.
Perspetivas para o verão 2023
Apesar do otimismo generalizado de que este verão vai ser muito bom, turisticamente falando, o Opção Turismo quis saber o que pensa Pedro Bexiga sobre isso e quais as perspetivas para este verão na Madeira
“Em primeiro lugar, tenho a certeza que as reservas vão ser de (mesmo) ‘last minute’ e, do meu ponto de vista, considero também que os preços do Incoming para Portugal, incluindo a Madeira, estão extremamente altos comparativamente, por exemplo, às Ilhas Canárias ou outras cidades espanholas.
Por outro lado, durante este verão avizinho também uma situação complicada a nível de cancelamentos de operações ‘charters’ devido ao congestionamento do Aeroporto de Lisboa, greves dos tripulantes de cabine das diversas companhias áreas…”
E quanto à Madeira… Como vai o Turismo?
“Na minha opinião há que fazer mais promoção nos mercados emergentes, procurar novas rotas áreas, tirar mais partido do clima ameno de 17º graus da Madeira durante todo o ano e, sobretudo, criar as infraestruturas necessárias em caso de crise, quando os aviões não conseguem aterrar e se gera um caos no Aeroporto da Madeira”.
Com quase meio ano de atividade a GMT Tours já vai tendo alguns problemas, parte deles já conhecidos anteriormente por Pedro Bexiga em outras situações profissionais.
Burocracite, concorrência e dificuldades
“Sim. Certo. A agência debate-se não só com bastantes burocracias e também, por vezes com a concorrência desleal perante a outras agências de viagens no mercado. Por exemplo, basta haver uma diferença de percentagem de margens numa cotação de um grupo que poderá pôr em causa a realização ou não desse mesmo grupo. É sabido que quando o cliente pede um orçamento de grupo pede a várias agências e, normalmente, ganha aquela que apresenta o melhor ‘pricing’. Mas, como é sabido, ‘pricing’ não é tudo, mas sim ‘value for the money’”
Mas como nem tudo é um mar de rosas, como se costuma dizer, também existem dificuldades e, segundo o diretor da GMT Tours não são poucos.
“Apenas para destacar, talvez, os principais obstáculos, cito a mentalidade de alguns empresários, continuidade da burocracia, carga elevadíssima sobre as empresas, salários muito baixos o que levam os nossos jovens a emigrar a procurem de melhores salários provocando falta de mão de obra qualificada na indústria do Turismo e Hotelaria. Mas e sobretudo, a política de arrendamento e os valores excessivos na aquisição de habitação para os nossos jovens”, frisa Pedro Bexiga, sócio e diretor da GMT Tours, agência de viagens recentemente constituída no Funchal, Madeira.
Luís de Magalhães