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O fascínio da Hotelaria e a Psicologia na Empresa

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Para discorrer sobre a atual falta de recursos humanos em vários sectores de atividade, nomeadamente hotelaria, é necessário recuar no tempo.

Esta crise não trava, no entanto, os ânimos de empreendedores que continuam a promover o lançamento de novos empreendimentos, contando, para a sua operacionalização com o concurso de mão-de-obra “importada” que emigra de seus países pobres ou inseguros.

Até meados da década de setenta, a agricultura gerava uma importante contribuição no sector primário.

Realizada à custa do esforço braçal dos membros de numerosas famílias com o apoio de rudimentares alfaias, a pequena agricultura dificilmente satisfazia as necessidades básicas do núcleo familiar.

A tendente e progressiva democratização do turismo, devida em grande parte, à acessibilidade a meios de transporte, provocou na década de sessenta e seguinte importantes movimentos migratórios, em especial nascidos no interior do país.

Zonas balneares onde se implantaram  hotéis, pensões, restaurantes, foram o principal destino de quem procurava uma vida melhor, um trabalho mais limpo, mais leve, comer a tempo e horas, e ter um ordenado.

Os empregados eram pagos segundo uma relação qualificação-habilitações-posto hierárquico-receita do hotel.

Este sistema motivava-os para um enriquecimento pessoal e profissional, no sentido de garantirem uma contínua excelência do serviço que prestavam, porque por esse meio eram recompensados.

Não era fácil conjugar a vida pessoal e familiar porque “o hotel era a sua alma”, era o seu “american  dream”. Mas, com inteligência e bom sendo tudo se conseguia.

Quase todos os hotéis, especialmente os de superior categoria e renome dispunham de enormes quantidades de candidaturas e inscrições, permitindo-lhes selecionar os perfis que melhor se encaixavam nos lugares e tarefas disponíveis.

Hoje vive-se uma carência de recursos humanos, mas é raro anunciar motivações para despertar o interesse dos jovens.

As condições salariais não são hoje a única oferta que o empregador pode fazer; tem que oferecer comunicação, oportunidades, esperança, felicidade, motivação.

O departamento RH tem que ser muito mais do que um guichet de atendimento e o local onde se processam os salários, admissões e demissões.  Tem que ser um inovador centro de formação, valorização e comunicação de recursos humanos.

Cadeias hoteleiras organizam atividades que motivam os colaboradores. Aos hotéis de reduzida dimensão resta organizarem-se no sentido de, periodicamente, recorrerem a psicólogos, técnicos de comunicação, especialistas em inteligência emocional, relações humanas e na felicidade profissional.

Luís Gonçalves