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David Bernardo: Sentimos claramente os bons indicadores da retoma

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A Agência de Viagens e Turismo Lucas, Lda. foi constituída no dia 08 de maio de 1979, já lá vão 43 anos, na então freguesia de Rio Maior. Só alguns anos depois, em 1985, é que Rio Maior passou a ser cidade.

A intenção de criar e dinamizar a venda de serviços turísticos em Rio Maior, numa época em que isso não era disponibilizado, despertou o interesse de três amigos e fundadores da agência: Joaquim Bernardo, Lucas Genovevo e Manuel Ricarte. Tratava-se de um ‘nicho’ que tinha de ser preenchido de que continua invicto. Hoje, por várias circunstâncias, os sócios são Joaquim Bernardo, Paulo Bernardo e David Bernardo, o que confere, se assim se pode dizer, o estatuto de empresa familiar.

Atualmente, Joaquim Inácio Bernardo, um dos fundadores, exerce as funções de diretor da agência, mas também de pai, marido –  a sua esposa trabalha na Contabilidade – e colega. Uma vida dedicada às viagens e ao Turismo, àquele que ele apelida frequentemente de Industria da Paz.

Profissionalmente, a sua primeira abordagem ao Turismo aconteceu em 1976, numa agência de viagens no Rio de Janeiro, Brasil. Algum tempo depois e já com o tal bichinho do Turismo entranhado no corpo, regressa a Portugal e abre juntamente com os outros dois sócios fundadores a Agência de Viagens e Turismo Lucas, Lda.

À semelhança de todos os agentes turísticos mundiais, o ano de 2021 foi bastante desafiante com tantas restrições e medidas que constantemente mudavam, diz David Bernardo, o porta-voz da agência para esta troca de impressões com o Opção Turismo, acrescentando que, independentemente das circunstâncias a nossa equipa adaptou-se bem e felizmente com um conjunto de ferramentas que constantemente eram disponibilizadas, tanto por companhias aéreas, operadores turísticos, colegas de profissão, entre outros. E com essas interajuda conseguiram levar sempre os seus clientes a bom porto.

– Embora falte cerca de um mês para terminar, como está a decorrer o ano de 2022?

Podemos considerar que 2022 foi um ano surpreendente. O aligeiramento de restrições permitiu que a procura acentuasse bastante por parte dos nossos clientes. O volume de negócios está muito idêntico ao de 2019, tendo em conta que em 2020 encerrámos a nossa filial em Benedita, uma situação já prevista antes da pandemia, afirma o  nosso interlocutor, observando que, no entanto, foi notado também que o número de novos clientes aumentou.

– Comparativamente com o período pré-pandemia, o que significa esses números?

– Claramente que sentimos bons indicadores de retoma. Quanto ao prejuízo, apesar de terem existido situações pontuais de reticência em devolução de valores entregues, maioritariamente com companhias aéreas ‘low cost’, não podemos considerar que tenha havido prejuízo.

– Já agora, como suportaram todo o período de pandemia?

O Turismo de Portugal e o Governo com as medidas que facultaram, foram entidades muito importantes para podermos subsistir num período tão atípico, além disso, internamente tomámos algumas medidas que ajudaram a prevenir potenciais desvios do nosso percurso normal.

David Bernardo salienta que desde a abertura da Agência de Viagens e Turismo Lucas houve sempre uma preocupação em se distinguirem das demais agências. Por exemplo, fomos provavelmente a primeira agência de viagens do distrito de Santarém com impressora de bilhetes, somos IATA desde 1994.

Para além dos serviços inerentes a uma agência de viagens, existe também uma programação própria, onde merecem destaque os diversos circuitos de autocarro e viagens em grupo, dado disporem de uma viatura de 9 lugares.

– Como vê o futuro, nomeadamente o inverno e o ano de 2023?

Sentimos há bastante tempo que o volume de vendas de inverno é inferior à primavera e verão, pelo que acredito que tanto este inverno como o ano que se avizinha não seja diferente, explica David Bernardo que é de opinião que a questão geográfica para as viagens, deixaram há muito de ser um produto elitista passando a ser uma necessidade comum a todas as classes económicas.

– Como agente de viagens, como analisa o turismo em Rio Maior?

Poderia dizer que desde o século XII que a cidade de Rio Maior ou o lugar onde nos encontramos, recebe visitantes. As Salinas de Rio Maior, as únicas Salinas de sal gema ainda em funcionamento na Europa, trazem todos os dias centenas de turistas à pitoresca aldeia de Marinhas do Sal e consequentemente à cidade de Rio Maior que disponibiliza um conjunto de infraestruturas e pontos de interesse, tais como, o complexo desportivo (que atualmente recebe inúmeras equipas de várias modalidades desportivas), a Vila Romana, a casa Senhorial de D. Miguel, o Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros com vários indícios de presença pré-histórica. Os dois certames mais importantes da cidade (Feira Nacional da Cebola e as Tasquinhas de Rio Maior) trazem também milhares de visitantes à nossa cidade, pelo que a promoção da nossa cidade é algo que acontece naturalmente.

Mas, porque há sempre um “mas” nestas questões, o nosso entrevistado é de opinião que apenas que faltam estruturas de apoio ao turismo, nomeadamente, unidades hoteleiras.

Com a construção de um hotel com mais capacidade e serviços, facilitava a fixação dos turistas na cidade e obviamente criaria em volta um maior conjunto de atividades turísticas, frisa, observando que existe uma forte sinergia entre todas as entidades –  Turismo da Câmara Municipal de Rio Maior e ERT do Centro – em inovar e desenvolver o turismo do concelho.

A terminar esta troca de impressões, David Bernardo aponta que a agência é o membro 275 da APAVT e está inserida na rede Go4Travel, de que são também fundadores.

Trata-se de um projeto que continua a ser ambicioso e que nos permite disponibilizar aos nossos clientes melhores condições na aquisição de produtos turísticos e ‘corporate’.

Luís de Magalhães