O executivo liderado por Luís Montenegro está determinado em organizar grandes eventos desportivos, entre outros, em Portugal, disse hoje o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, realçando o impacto económico resultante deste tipo de provas.
“Estamos firme e fortemente empenhados em realizar grandes eventos desportivos em Portugal. Estamos apostados nos grandes eventos cujo retorno é muito grande”, afirmou o governante durante a apresentação de um estudo sobre o impacto sócio-económico de dois eventos da Liga Mundial de Surf (WSL), nas Caldas da Rainha.
Segundo o trabalho elaborado por Diogo Melo, estudante de mestrado do ISEG, Lisbon School of Economics & Management, que contou com o apoio da WSL, a etapa portuguesa do circuito mundial, disputada em Peniche, e o evento de ondas gigantes na Nazaré produziram receitas acima de 23 milhões de euros em 2024.
“É muito significativo que saibamos todos o retorno que temos. Ainda mais, quando se discute o Orçamento do Estado, e o cidadão, que paga impostos, e muitas vezes é levado pelas perceções públicas de onde é que se gasta o seus impostos, fica a saber o retorno que dão os investimentos”, lançou Pedro Machado.
O responsável apontou para o papel cada vez mais central do surf no turismo português, considerando que o trabalho que tem sido desenvolvido vai no bom sentido, aproveitando as características únicas da costa marítima lusa.
“Queremos captar os grandes eventos que possam traduzir a diversidade das oportunidades que o país tem. A verdade é que o surf arrasta outros produtos turísticos, como nos campos gastronómico, cultural e religioso, entre outros”, assinalou o secretário de Estado, que apontou para a organização das corridas de MotoGP em 2025 e 2026, no Algarve, como prova do empenho do Governo na atração de grandes eventos desportivos e em diferentes regiões do país.
Segundo Pedro Machado, Portugal tem cinco ativos estratégicos, que são o clima, a natureza, a luz, o património e o mar, e todos têm de ser potenciados para alavancar o crescimento da economia.
“Claro que o crescimento do turismo deve estar em harmonia com os cidadãos. Não é massificação, não há turismo a mais. Existe pegada, claro. Mas não podemos entrar na paranóia de criticar uma atividade importante para o país”, considerou, afirmando que o seu compromisso é “dar a previsibilidade como fator de confiança” para o desenvolvimento dos diferentes projetos.
“Portugal é o 12.º país mais competitivo da Europa, um dos mais seguros do mundo e um dos mais hospitaleiros. Temos de tirar bom partido disso”, sublinhou.
Pedro Machado deu também como exemplos desta estratégia a recente captação do maior evento evento mundial da indústria dos congressos e das conferências, que se vai realizar no Porto em 2025, e também da organização da gala Michelin em 2025, igualmente no Porto, e acrescentou que quer recuperar os grandes eventos de golfe.
Por seu turno, Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), realçou o papel dos grandes eventos internacionais nas praias lusas como “determinante na promoção e consolidação da imagem de Portugal como destino de surf de classe mundial”.
O dirigente referiu que Portugal é já o terceiro destino mundial de surf mais procurado em motores de busca e o primeiro a nível europeu.
Quanto aos números divulgados pelo estudo, Francisco Spínola disse que este é um trabalho preliminar, que em breve será complementado também com a prova do circuito de acesso à elite que decorreu recentemente na Ericeira, e que o objetivo é, a prazo, estender o estudo a todas as provas da WSL em Portugal.
“Também estamos a ver com o ISEG a possibilidade de alargarmos o estudo ao impacto que a indústria do surf, como um todo, tem em Portugal”, revelou, destacando a enorme evolução da modalidade (que é olímpica desde Tóquio2020) nos últimos anos. LUSA.