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Luís Gomes da Silva: “Tenho N Viagens para N clientes a N preços”

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Hoje, o Opção Turismo vai até Fafe para falar com Luís Gomes da Silva, sócio gerente da N Viagens, localizada em Fafe, mais propriamente na R. Monsenhor Vieira de Castro, 117 Loja CP, mesmo em frente ao Cine Teatro.

Em operação há mais de uma dúzia de anos, a N Viagens, sempre sob a direção de Luís Gomes da Silva abriu inicialmente como franchisada da Almeida Viagens.

“Quando em julho de 2013 a Almeida Viagens desapareceu em Portugal, aproveitei a oportunidade e continuei por conta própria, tendo investido nessa altura na aquisição do RNAVT próprio que até então não precisava de ter”, começa por dizer o nosso entrevistado que confessa que a sua agência esteve para abrir inicialmente em Vizela, onde reside. Mas, por diversos fatores isso não aconteceu.

Todavia, o facto de ter trabalhado durante mais de um ano em Fafe, ter amigos e conhecer pessoas da cidade, o esta não ficar muito longe de Vizela e por ser uma cidade que ainda tem bastante população “até mais do que Vizela!”, foram as razões para uma boa aposta. “Por outro lado, Guimarães já tinha muita concorrência e por isso estava fora de questão”.

Em relação ao nome… “tinha de ser algo diferente. Surgiram algumas ideias na altura, mas depois eu a minha mulher achámos que N Viagens seria uma boa opção. Costumo dizer que tenho N Viagens para N clientes a N preços”.

Quanto às razões para ter a sua agência, concorreu, em primeiro lugar, o facto de estar desempregado.

Depois e já com 35 anos de idade, foi recebendo “negas” de algumas empresas que me diziam “que era velho para me contratarem”.

“Como sou licenciado em Gestão, pensei em constituir a minha própria empresa, só que não sabia bem o que seria. Na altura, apareceu a possibilidade de comprar uma franquia de algum ‘franchising’ e como não queria ter investimentos com ‘stocks’, sabia que o negócio teria de ser ligado a serviços. E foi então que surgiu a possibilidade de entrar na área das viagens”.

E, assim aconteceu. Desde junho de 2010, data em que constituída a empresa, que Luís da Silva é único sócio da empresa e também o homem que toca todos os instrumentos, como se costuma dizer, na N Viagens.

“Neste momento, sou eu que tudo faço na agência. Desde a venda ao público aos orçamentos e preparação da documentação para a contabilidade, passando pela publicidade e cobranças, etc. Com o aparecimento da pandemia, tive de dispensar a funcionária que tinha na altura e até agora não contratei mais ninguém. Quem sabe se, em breve, não contratarei novamente”.

Apresentada a N Viagens, vamos saber que é Luís Gomes da Silva.

Licenciado em Gestão, trabalha desde os 21 anos, tendo começado como estafeta numa empresa de Marketing e Publicidade. Aos poucos e poucos foi subindo na hierarquia e 10 anos fazia parte da equipa financeira.

“Apenas um senão… essa empresa era em Lisboa e em 2002 vim viver para o norte de Portugal. Inicialmente arranjei trabalho na área da contabilidade de uma empresa de móveis em Paços de Ferreira, mas as coisas não correram bem. Depois estive como comercial numa empresa de artes gráficas, onde aprendi muito a lidar com vários tipos de pessoas.

Até à altura nunca tinha trabalhado em turismo, mas agora que penso no passado, fui eu que organizei a viagens de finalistas do meu curso, ao Recife e a Porto Galinhas. Já estava predestinado!”

Quanto aos negócios e concretamente no âmbito da N Viagens, começa por referir que 2022 não foi nada de especial. “Claro que foi melhor do que em 2021, mas também era difícil que não fosse assim”.

“Mas, em relação a 2019, foi pior. Na altura eramos duas pessoas e a empresa estava a crescer. A pandemia afetou-nos muito. Recordo que em 2022 era só eu a fazer o trabalho o que também pode ter influenciado o ano. Mesmo com o facto de as pessoas terem o desejo de voltar a viajar, não consegui atingir os mesmos valores de faturação que tive em 2019”.

Otimista, destaca que os primeiros seis meses do corrente ano não só tem havido uma grande procura como se tem vendido muito. “Neste momento, pena é que não haja ainda muitos lugares em voos ‘charter’ para vender para o resto do verão. É pena, pois continua a haver procura”.

“As vendas têm sido boas e já superei os resultados de 2022, mas ainda preciso de vender mais para compensar a época baixa. O inverno assusta-me sempre muito”

Quanto aos destinos mais vendidos pela N Viagens, a procura é quase sempre a mesma: Cabo Verde, Djerba, Caraíbas… “E é muito bom quando aparecem novos destinos, com voos charter, nomeadamente para os clientes que já visitaram tudo!”

Ciente que os portugueses vão continuar a viajar, Luís da Silva anota que vende mais para fora do que para dentro do país.

“Toda a gente se queixa dos preços da hotelaria em Portugal. É um facto! E junte-se mais uns 200€/250€ só em combustível e portagens para fazer uma viagem de carro até ao Algarve. Às vezes, sai mais barato ir para fora e não ter a chatice de fazer uma viagem de carro”.

Hoje, existe uma maior oferta de voos a partir do Porto, o que é uma mais valia. Acha que os seus clientes continuam a preferir ir a Lisboa ou considera que o mercado do Norte está a aproveitar esta oferta/facilidade?

“O mercado do Norte, de uma maneira geral, está a aproveitar essa oferta. Tanto assim que esses voos esgotam muito rapidamente. No entanto, há sempre clientes que não se importam de ir a Lisboa ou mesmo Vigo ou Madrid de carro para apanhar lá um voo por ser mais barato. Por exemplo para a República Dominicana ou México, nas mesmas datas, os voos de Lisboa ou de Madrid costumam ser mais baratos dos que as saídas do Porto.

A terminar, o nosso entrevistado considera que um dos principais problemas com que a agência se debate, “é o facto de haver muita concorrência”.

“Não me refiro à cidade onde trabalho, mas à concorrência a nível nacional além das muitas agências online. Há muita concorrência e também muitos que preferem fazer grandes descontos aos clientes e ganhar pouco em cada venda. Quanto à N Viagens, ainda tenho muito a recuperar. Os apoios que tivemos foram poucos, tendo em conta a quebra de faturação que tivemos.”

Luís de Magalhães