Projetos nacionais dedicados à descarbonização da aviação e ao reforço da cadeia de valor em Portugal vão ser apoiados com um financiamento europeu de até 15 milhões de euros até 2027, anunciou hoje a Agência Nacional de Inovação (ANI).
O apoio será formalizado através de um memorando de cooperação que será assinado na sexta-feira, em Évora, entre Portugal e a Clean Aviation Joint Undertaking (CAJU), no âmbito do Programa de Investigação & Inovação Horizonte Europa.
O evento, promovido pela ANI e pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), contará também com a participação da CAJU, um programa europeu de investigação e inovação focado na transformação da aviação rumo a um futuro sustentável e neutro em carbono.
A iniciativa reunirá decisores políticos, representantes de instituições europeias, clusters tecnológicos e empresas do setor, com o objetivo de reforçar o papel de Portugal na aviação limpa e competitiva, em linha com o Pacto Ecológico Europeu.
O memorando estabelece um roteiro tecnológico conjunto, desenvolvido com os atores do ecossistema – nomeadamente o Cluster AED (Aeronáutica, Espaço e Defesa) – com foco na identificação de áreas estratégicas de investigação e inovação.
A ANI explicou que os fundos, até 15 milhões de euros, se destinam a apoiar projetos nacionais que promovam a descarbonização da aviação e fortaleçam a cadeia de valor do setor no país.
Um exemplo da capacidade tecnológica instalada é a Aernnova, cujas instalações em Évora serão visitadas durante o evento, sublinhando a importância estratégica da região para o desenvolvimento da indústria aeronáutica em Portugal.
O presidente da ANI, António Grilo, destacou que o memorando representa “um passo decisivo na consolidação da ligação entre ciência, inovação e os grandes desafios da transição climática”, e que Portugal tem capacidade tecnológica para contribuir para uma aviação mais sustentável e competitiva, alinhada com os objetivos de neutralidade carbónica da União Europeia.
Ana Vieira da Mata, presidente do conselho de administração da ANAC, afirmou que o roteiro tecnológico conjunto define o objetivo estratégico da cooperação: acelerar a demonstração de tecnologias e conceitos de aeronaves de baixas emissões, de forma que possam ser integradas em aeronaves existentes e de nova geração a partir de 2035.
O diretor executivo da CAJU, Axel Krein, acrescentou que a parceria com Portugal “desempenha um papel crucial no desenvolvimento de tecnologias disruptivas de aviação de baixas emissões”, destacando a importância de unir esforços na Europa para acelerar a transição para uma aviação sustentável e reforçar a competitividade do setor, combinando recursos e inovação para tornar a aeronáutica sustentável uma realidade.





