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Porto: Palácio de São Bento da Vitória vai ser hotel de 4 estrelas

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O Palácio de São Bento da Vitória, no Centro Histórico do Porto, vai ser reconvertido num hotel de 4 estrelas, de acordo com informação prestada pela autarquia à Lusa.

No espaço onde até 2014 funcionou o Tribunal de Instrução Criminal do Porto, um aviso dá conta de que a licença foi emitida a 19 de fevereiro deste ano e que as obras vão durar 540 dias.

O palácio, também conhecido por Casa da Baronesa da Regaleira, já pertenceu ao Estado e entre 1950 e 2000 foi a sede da Polícia Judiciária do Porto.

Junto ao Mosteiro e à Igreja com o mesmo nome, o Palácio de São Bento da Vitória tem uma área total de 1.293,24 metros quadrados.

De acordo com o registo predial do imóvel, consultado pela Lusa, este é composto por um edifício de cave, um quintal, um rés-do-chão e mais cinco andares.

Segundo o mesmo documento, em 2015, o Estado vendeu-o a uma promotora imobiliária – a Próximo Quadrado Lda – detida pelo banqueiro luso-angolano Fernando Mendes Teles e pelo empresário português Eurico da Fonseca, que em há alguns anos atrás pretendiam vender o imóvel por 14 milhões de euros, sete vezes mais do que o valor dado ao Estado.

O edifício continua a pertencer àquela promotora imobiliária, que desde 2024 é detida por uma empresa de atividades administrativas em Barcelona.

Palácio de São Bento da Vitória

No final do século XVI, depois de difíceis negociações, os monges da antiga Congregação Beneditina Portuguesa decidem construir o Mosteiro como marca de presença monástica e ponto de apoio para os religiosos que se deslocavam de Norte para Sul e vice-versa.

Os trabalhos de edificação têm início em 1604, arrastando-se até ao final do século. A Igreja adjacente é construída em 1693, mas as campanhas decorativas no interior prolongam-se até ao final do século XVIII.

A primeira pedra do Claustro Nobre é lançada em 1608. Edifício monumental, construído em granito, o claustro é concluído no triénio de 1725-1728.

A magnífica casa monástica terá, todavia, uma história atribulada. Em 1808, durante a Guerra Peninsular, o Mosteiro é convertido em Hospital Militar e, em 1835, após a expulsão das Ordens Religiosas, é feito Tribunal Militar e Casa de Reclusão, bem como Aquartelamento de Infantaria 31 e Engenharia.

Entre 1985 e 1990, o IPPAR submete o Mosteiro a obras de restauro (conduzidas pelos arquitetos Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro), respeitando a traça original e vários elementos de valia arquitetónica, e permitindo a instalação dos monges beneditinos, da Orquestra Nacional do Porto e do Arquivo Distrital do Porto.

O palácio foi classificado Monumento Nacional em 1977.

Em 2007, o Estado atribui ao TNSJ parte significativa do edifício, espaço onde realiza espetáculos teatrais, concertos e eventos especiais da sua programação, acolhendo ainda iniciativas exteriores de natureza diversa.