Segundo dados analisados pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), no âmbito do AHP Hotel Snapshot referente ao primeiro trimestre do ano, a hotelaria nacional iniciou o ano de 2025 com uma moderada trajetória positiva, registando um total de 5,6 milhões de hóspedes (mais 2% face ao período homólogo de 2024) e 13,4 milhões de dormidas (menos 0,5%). Os proveitos totais ascenderam a 956 milhões de euros, o que representa um crescimento de mais 5% face ao 1.º trimestre do ano anterior.

Embora a alteração relativa à Páscoa, que este ano ocorreu em abril e em 2024 em março, tenha impactado negativamente a performance de alguns mercados emissores internacionais neste trimestre, o setor manteve um bom desempenho, sobretudo devido ao contributo do mercado nacional.

O número de hóspedes residentes aumentou em 5% e as dormidas em 3%, face a igual período de 2024. Já o número de hóspedes não-residentes cresceu apenas 0,2%, tendo as dormidas caído 2%. Contudo, em várias regiões, destaque para a boa performance dos mercados Estados Unidos, Canadá e Polónia.

As regiões com melhor desempenho em ambos os mercados, interno e externo, foram a Península de Setúbal e os Açores, ambas com aumentos de 10% no número de hóspedes e 7% nas dormidas. A Grande Lisboa registou o maior aumento absoluto de hóspedes, embora com uma ligeira quebra nas dormidas. Já a Madeira foi a região que mais se destacou em múltiplos indicadores: taxa de ocupação de 71% (mais 3 p.p. face a 2024), ARR de 103 euros (mais 16%) e RevPAR de 73 euros (mais 21%).

Polónia com o maior crescimento percentual

Quanto aos mercados emissores internacionais, os Estados Unidos mantiveram a trajetória ascendente, ainda que mais moderada, com crescimentos de 2% em hóspedes e 1% em dormidas. A Polónia foi o mercado com maior crescimento percentual, com um expressivo aumento de 26% em ambos os indicadores, conquanto represente, em termos de volume geral, apenas 3% de hóspedes não-residentes e 4% de dormidas de não-residentes.  Espanha, apesar de continuar a liderar em termos absolutos, registou quebras relevantes, menos 13% nos hóspedes e menos 22% nas dormidas, associadas ao efeito calendário da Páscoa. Também o Reino Unido e a França verificaram quebras em ambos os indicadores, decrescendo 3% e 5%, respetivamente, em hóspedes, e nas dormidas, onde o mercado inglês caiu 5% e o francês 6%.

Rotas aéreas com impacto no turismo

O tráfego aéreo acompanhou a evolução, com os aeroportos nacionais a movimentarem 13,7 milhões de passageiros no trimestre (mais 2%). Destacaram-se duas novas rotas com impacto direto no turismo: Funchal/Amesterdão (EasyJet) e Lisboa/Varsóvia (LOT Polish Airlines), que contribuíram para o aumento do número de hóspedes oriundos dos Países Baixos, para a Madeira, e da Polónia.

Contributo do turismo na economia nacional

Ao nível económico, o setor do turismo representou 13% das exportações de bens e serviços, com receitas totais de 4,9 mil milhões de euros (mais 4%), segundo dados da Balança de Pagamentos do Banco de Portugal.

Os principais mercados emissores de receitas, em termos absolutos, foram o Reino Unido, que, apesar de não ter crescido, manteve o 1º lugar no pódio, a Alemanha, mais 4%, apesar de ter perdido hóspedes e dormidas, e os Estados Unidos, mais 8%, tendo sido o mercado que mais cresceu.

No mesmo período, a AHP estima que tenham aberto ou reaberto 47 empreendimentos de turismo em espaço rural e de habitação, 11 hotéis, 3 parques de campismo e/ou caravanismo e 1 hotel-apartamento.