A Laurel – Associação Portuguesa de Marcas de Excelência – apresentou no dia 1 de julho, em Lisboa, o documento “Visão para um Turismo de Qualidade em Portugal”, com propostas para um novo posicionamento estratégico do setor. A associação defende uma segmentação mais inteligente da oferta e uma aposta nos segmentos de maior valor acrescentado.
A proposta pretende contribuir para uma reflexão conjunta com as autoridades públicas e sugere a descentralização dos fluxos turísticos para destinos como Évora, os Açores, o Minho ou a Comporta. A ideia central é substituir o foco no volume por uma abordagem baseada na qualidade, rentabilidade e sustentabilidade.
“Portugal não precisa de mais turismo — precisa de turismo melhor”, afirmou Francisco Carvalheira, secretário-geral da Laurel. O responsável sublinhou a importância de valorizar o impacto económico e territorial do turismo em vez de se medir apenas o número de visitantes.
O documento destaca ainda que, embora representem apenas 2% das estruturas de alojamento, os segmentos de turismo de alto rendimento geram até 22% das receitas turísticas na Europa, o que reforça o potencial estratégico destes nichos.
Inspirado na configuração de um avião A380, o estudo divide o setor em três grandes segmentos: Primeira Classe (luxo e exclusividade), Executiva (cultura, eventos e gastronomia) e Económica Premium (turismo de massas). A proposta não exclui nenhum dos segmentos, mas apela a um maior foco nos que têm maior retorno.
A Laurel propõe ainda melhorias na digitalização dos serviços turísticos, na gestão de fluxos e na experiência global do visitante, defendendo um modelo mais equilibrado que contribua para a projeção internacional de Portugal como destino de excelência.