Uma greve dos controladores de tráfego aéreo franceses levou hoje ao cancelamento de cerca de 40% dos voos nos principais aeroportos de Paris, afetando dezenas de milhares de passageiros em plena época alta de viagens.
A autoridade francesa da aviação civil pediu às companhias aéreas para cancelarem preventivamente quase metade dos voos nos aeroportos Charles de Gaulle, Orly e Beauvais. Em Nice, foram suspensos 50% dos voos e, em cidades como Marselha e Lyon, os cancelamentos rondaram os 30%. Ainda assim, as autoridades alertaram para a possibilidade de “grandes atrasos” em todos os aeroportos do país.
A Ryanair foi uma das companhias mais afetadas, com mais de 400 voos cancelados e cerca de 70 mil passageiros atingidos. Em comunicado, a transportadora exigiu à União Europeia uma reforma das regras do tráfego aéreo, alegando que a paralisação teve impacto em todos os voos a cruzar o espaço aéreo francês.
Entre as principais razões da greve, os sindicatos UNSA-ICNA e Usac-CGT apontam a falta de recursos humanos, a desatualização tecnológica e novas regras de controlo laboral introduzidas após um incidente em Bordéus, no final de 2022. Já o sindicato maioritário SNCTA não aderiu à paralisação.
O ministro dos Transportes, Philippe Tabarot, classificou a greve como “inaceitável”, criticando o seu timing, coincidindo com o início das férias escolares em França. Também a associação Airlines for Europe considerou a paralisação “intolerável” e alertou para os impactos negativos nos planos de férias de milhares de viajantes.