Portugal ocupa agora a 8.ª posição entre os países da União Europeia com os preços médios de alojamento turístico mais elevados, subindo dois lugares face a 2023.
A conclusão é de um estudo da consultora CoStar, com base em dados do Eurostat, que aponta um valor médio de 160,46 euros por quarto ocupado em 2024 — um aumento de 6,8%, acima da inflação.
Esta métrica, conhecida como ADR (Average Daily Rate), é uma das mais relevantes para aferir o desempenho do setor hoteleiro e coloca Portugal no TOP10 dos mercados com as dormidas mais caras na UE, atrás de destinos como Chipre (288,62€), Grécia (230,11€) e Itália (222,44€).
Apesar da subida no ranking anual, os dados de fevereiro deste ano mostram uma descida significativa: Portugal caiu nove posições, ocupando o 22.º lugar com um ADR de 108,88 euros. Ainda assim, o valor representa um crescimento de 1,6% face ao mesmo mês do ano anterior.
Recorde-se que estes dados estão em linha com a tendência destacada recentemente pela vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza vieira, com base num inquérito da AHP aos seus associados, sobre o setor estar a crescer mais em valor do que em taxa de ocupação.
De acordo com o mesmo estudo da AHP, 56% dos hoteleiros antecipam melhores resultados em 2025 e 33% acreditam que as receitas se manterão estáveis.
O mercado norte-americano continua a ter um peso relevante neste desempenho: em 2024, 5,1 milhões das dormidas de não residentes em Portugal foram de turistas dos EUA — uma subida de 12% face a 2023, representando cerca de 9% do total (56 milhões de dormidas, +4,7%).
O Reino Unido, a Alemanha e a Espanha ocupam o top3, com mais de 10 milhões, 6,3 milhões e 5,4 milhões de dormidas, respetivamente.
Entre os fatores de incerteza apontados para 2025 está a política comercial dos EUA, que poderá influenciar a procura internacional. A aposta no mercado interno europeu e asiático surge como alternativa para compensar eventuais quebras.