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Podem os clubs e memberships ser a nova hype da hotelaria?

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As aldeias digitais são alojamentos para nómadas digitais ou trabalhadores remotos que não possuem residência fixa sendo um parêntesis no modelo de negócio do alojamento local, dos alugueres de curta duração e ainda mais na hotelaria convencional. Mas o que é certo é que aprendemos a adoptar o estilo de vida de membership, club ou de fazer parte de uma comunidade como os good-old clubs. De forma pontual ou mais ou menos permanente, variando de local para local, trata-se de um perfil com idade compreendida entre 25 e os 40’s  representando 2 ou 3 gerações, participam activamente em experiências, actividades, networkings, oficinas e actividades que envolvam exercício físico dedicando cerca de 46 horas semanais a trabalhar de forma intensiva e focada, com salários anuais que começam em 60 mil/ano.

O efeito Netflix ensina-nos que é possível ter subscrições mensais acessíveis e transponíveis sem nos vincular a uma residência ou morada fixa. O movimento de encontro de entrepreneurs e business people manifesta o próximo passo das apps de encontros, normalizando os Business Breakfast meet ups. Já não nos surpreende que um Airbnb se converta em espaço de co-work ou um apartamento acolha workshops temáticos de empreendedorismo.

As pessoas encontram-se à volta de ideias, não de lugares, mas os lugares podem fomentar um sem fim de ideias. E os hotéis já não integram só cadeias hoteleiras, nem se limitam a exibir a pontuação dos canais de distribuição, fazem parte de um club hoteleiro, associam-se a uma soft brand para aproveitar o seu efeito alavanca de posicionamento de marca, garantir que cumprem com os padrões de exigência dos mesmos. E os bons hotéis promovem todo o tipo de experiências in-house: das sessões de yoga no rooftop, clubes de leitura nos lobbys, às oficinas criativas com o chef entre os turnos dos pequenos-almoços e dos jantares.

Mas e os clubes?

Já lá chegaremos… Quer no fenómeno dos nómadas digitais, quer das soft-brands falamos de nichos e não de um grupo comum de pessoas com gostos indiferenciados. São viajantes experientes, amantes de arte, cultura, música e do lado bom da vida. Essa linha de pensamento reforça o enorme desejo de integrar uma comunidade e fazer parte de algo, por em partilha estilos de vida, formas de estar, de trabalhar… e de descansar. E os hotéis abrem as suas infra-estruturas a estas comunidades. É inteligente optimizar lobbys e áreas comuns para nómadas digitais e ainda mais interessante rentabilizar piscinas, spa entre outras áreas a memberships a não-hóspedes que permita um acesso exclusivo e diferenciado às várias áreas “mortas” do hotel. E um club ou “aquele bar do costume” são o lugar onde não nos sentimos um estranho, mas invadidos por uma reconfortante familiaridade ainda que seja um lugar fora do comum. Lembram-se do nosso nome, sabem qual a nossa bebida preferida ou, como os clubs emergentes são novos espaços que promovem saúde mental, física ou um novo sentido de produtividade e criatividade. Adoptam um carácter próprio e sobretudo requerem uma boa equipa de relações públicas e/ou conciergerie. São boas referências a seguir o membership Disloyal, Mindeurs Business lunches, the newsomerset House, editory hotels, entre tantos outros.

Criemos lugares seguros para se assumir a personalidade da empresa, promover cultura, para networking e que se traga o club onde há um maître, onde há etiqueta e cortesia como tão bem se vê na hotelaria de luva branca, mas de forma inclusiva e acolhedora.