Com o aproximar de uma das mais importantes celebrações do mundo cristão, a Semana Santa,  que celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, Jerez de los Caballeros, um município espanhol da província de Badajoz, onde estas celebrações estão enraizadas desde há muitos séculos na sua cultura e tradições, veio a Lisboa mostrar porque é um destino de visita obrigatória.

Para dar a conhecer e falar desta cidade que também é templária, localizada a escassos 75 quilómetros da fronteira entre Portugal e Espanha, realizou-se um almoço no Vila Galé Ópera de apresentação do destino que juntou uma dezena de jornalistas e alguns agentes de viagens, e que contou com a presença, entre outros, de Raul Gordillo, presidente da Câmara de Jerez de los Caballeros e Estela Gusmán, coordenadora do Comércio e Turismo de Jerez de los Caballeros.

Jerez de los Caballeros faz parte dos 125 povoados mais bonitos de Espanha, e que é, antes de tudo, uma cidade monumental, com as suas muralhas templárias, testemunhas de um passado glorioso, que envolvem um centro histórico repleto de igrejas, palácios e conventos que contam séculos de história, como a Igreja de São Bartolomeu, com a sua imponente torre barroca, um símbolo marcante da cidade, enquanto a Igreja de Santa Maria da Encarnação, a mais antiga, transporta-nos às origens desta terra, sendo igualmente impressionante a Igreja de São Miguel, cuja torre gótica domina o horizonte, ou a beleza sóbria da Igreja de Santa Catarina, um recanto repleto de devoção e arte.

No entanto, a cidade não é apenas passado feita de pedra. É também um lugar onde as lendas dos Cavaleiros Templários ganham vida ao longo das suas ruas de paralelepípedos, das praças cheias de charme e dos  miradouros sobre a dehesa que convidam quem visita esta cidade a perder-se e a imaginar aqueles tempos em que a Ordem do Templo deixou a sua marca indelével.

No que se refere à gastronomia de Jerez de los Caballeros, que é um reflexo do que a rodeia, com a dehesa extremenha a estar presente em cada “dentada”, desde o requintado presunto ibérico de bolota até aos enchidos e queijos artesanais, das carnes ibéricas grelhadas ao bollo turco jerezano, um doce local, experiências gastronómicas que são imprescindíveis em qualquer visita.

Jerez de los Caballeros, um destino que combina história, cultura e sabor de uma forma única, um lugar onde o passado e o presente se entrelaçam, oferecendo vivências autênticas e inesquecíveis, o maior e principal destaque vai para a Semana Santa. Uma viagem que todos os anos transforma toda a cidade num palco vivo de devoção, arte e tradição, uma celebração religiosa declarada desde 2015 Festa de Interesse Turístico Nacional, uma viagem ao coração da Paixão, um encontro com a história e uma explosão de emoções que deixa marcas a quem a vive, criando uma atmosfera que convida ao recolhimento e à contemplação, e que se sustenta em oito irmandades, cada uma com a sua própria identidade e um legado de séculos.

E é entre entre ruas estreitas, praças centenárias e os quatro imponentes templos barrocos que formam um cenário único, onde cada recanto conta uma história, que estas irmandades, criadas entre os séculos XVIII e XIX, desfilam e dão vida à história entre momentos de mistério, aromas a incenso e a cera derretida, irmandades em que cada uma é um mundo em si mesmo, com as suas próprias imagens, bordados, músicas e rituais, tecendo juntas um tapete de fé e arte que transforma Jerez de los Caballeros numa referência da Semana Santa española, numa viagem emocional que começa no Domingo de Ramos, com o cheiro a alecrim e o branco das túnicas infantis, e culmina no Domingo de Ressurreição.

E é por certo por tudo isto que o “alcaide” de Jerez a determinado momento da sua intervenção tenha, com emoção no rosto, afirmado que “e quando tudo acaba, com o último rufar dos tambores a desvanecer-se no ar, fica a certeza de que se viveu algo único” neste lugar que também foi mostrado como sendo um farol de tradições e de uma beleza que ilumina a alma de quem a visita.