Oriol Juvé de Yebra, diretor-geral do Six Senses Douro Valley, participou numa conferência de imprensa onde destacou a evolução do hotel e os planos para o futuro. Posicionando-se no segmento do ultra-luxo, o Six Senses não se define apenas pelo preço, mas pela experiência que proporciona. “Não diria que somos um dos hotéis mais caros de Portugal. Estamos no ultra-luxo, o que significa que oferecemos muito mais dentro do pacote”, explicou.
O mercado tem vindo a transformar-se, e, segundo Oriol, os clientes atuais já não procuram apenas um quarto confortável e um bom serviço padronizado. “Atualmente, o cliente precisa de muito mais. Os hotéis de quatro estrelas para baixo vão acabar por ser automatizados, mas o verdadeiro luxo está no serviço personalizado”, afirmou, sublinhando que o Six Senses Douro Valley mantém três restaurantes abertos mesmo na época baixa, enquanto a maioria dos hotéis reduz a oferta nesse período.
Expansão internacional e desafios do mercado
Atualmente, o mercado americano representa uma grande fatia dos hóspedes do Six Senses Douro Valley, mas há planos para expandir a presença nos mercados asiático e centro-europeu. “Os mercados asiáticos têm um enorme potencial. Gostam de autenticidade e têm um forte poder económico”, referiu.
O mercado brasileiro, que já foi uma importante fonte de clientes, tem registado uma quebra devido à desvalorização do real, enquanto os Estados Unidos continuam a ser o principal mercado em crescimento. A tendência das reservas também mudou: “Já não temos clientes a reservar com seis meses de antecedência. Agora, cerca de 50 a 60% das reservas são feitas entre 30 e 60 dias antes da chegada”, explicou Oriol, admitindo que esta nova realidade traz desafios acrescidos na gestão do hotel.
Novidades e ambições gastronómicas
O Six Senses Douro Valley está a preparar novas experiências para os hóspedes, incluindo a abertura do bar da piscina, que passará a funcionar como restaurante à noite, com um menu focado na cozinha tradicional do Douro. Além disso, será inaugurado a Greenhouse, um espaço para eventos com capacidade para até 40 pessoas, onde os pratos serão preparados com ingredientes frescos da horta do hotel.
Uma das grandes apostas do futuro é a obtenção da Green Star Michelin, atribuída a restaurantes que privilegiam produtos locais e práticas sustentáveis. “Queremos que este novo restaurante faça parte dessa dinâmica”, afirmou Oriol.
O futuro do turismo de luxo e o papel da tecnologia
Oriol acredita que a hotelaria de luxo continuará a diferenciar-se pelo fator humano, enquanto os hotéis de categorias inferiores tendem a automatizar processos. “Eu acredito muito que, de quatro estrelas para baixo, tudo será automatizado. Mas no luxo, o serviço humano continuará a ser essencial”, disse. O próprio vê o potencial da tecnologia no backoffice dos hotéis, no entanto reforça que o contacto humano será sempre um pilar fundamental do Six Senses.
Preços e desempenho dentro do grupo
O Six Senses Douro Valley é considerado um dos cinco melhores hotéis da marca a nível mundial e um modelo para outras unidades. Desde a sua abertura, há nove anos, atingiu sempre os objetivos financeiros estabelecidos. Embora cada hotel da marca tenha um proprietário distinto e uma gestão autónoma, o desempenho da unidade do Douro tem sido consistente.
Os preços do hotel variam conforme a temporada, começando nos 900 euros na época baixa e podendo ultrapassar os 1600 a 1700 euros na época alta. Algumas suites e vilas exclusivas têm valores ainda mais elevados. Existe uma tarifa especial para residentes em Portugal, a partir dos 690 euros, mas esta só está disponível fora da época alta.
A essência do Six Senses
Quando questionado sobre a essência do Six Senses Douro Valley, Oriol Juvé de Yebra destacou a filosofia holística da marca. “A essência do Six Senses é um conceito holístico, em todos os sentidos, numa conotação espiritual e conexão entre as pessoas, sendo que temos dois pilares: um conceito de wellness fora da caixa e a ligação entre colaboradores e clientes, o que nos torna em donos de um conceito verdadeiro e autêntico”, concluiu.