O setor global da aviação deverá continuar a crescer em 2025, embora enfrente desafios como o ambiente geopolítico incerto, restrições de capacidade e envelhecimento da frota, alerta a Morningstar DBRS, a quarta maior agência de notação de crédito do mundo e líder de mercado no Canadá, nos EUA e na Europa em várias classes de ativos, numa análise recente.
Após os impactos da pandemia, o tráfego aéreo global manteve um ritmo de recuperação acelerado em 2024, mas os lucros das empresas de aviação registaram ligeiras quedas devido ao aumento dos custos operacionais, descida das receitas por passageiro e problemas na cadeia de abastecimento, explica a agência.
Com base em previsões da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que estima um crescimento de 8% nas receitas por passageiro-quilómetro (RPK), a Morningstar DBRS prevê uma melhoria moderada nas margens operacionais do setor, impulsionada por preços mais baixos do combustível e pela crescente procura por viagens.
No entanto, a agência destaca que os atrasos na entrega de aeronaves e os custos associados à manutenção de uma frota envelhecida poderão limitar os ganhos de eficiência no consumo de combustível e complicar os planos de crescimento das companhias aéreas.
Nos planos de descarbonização, a incorporação obrigatória de combustíveis sustentáveis (SAF) na Europa enfrenta desafios de produção, e a agência projeta dificuldades adicionais para este mercado nos Estados Unidos, devido às incertezas políticas.
A ACI World prevê que o tráfego global de passageiros ultrapasse os 10 mil milhões em 2025, aumentando a pressão sobre as infraestruturas aeroportuárias. Segundo a Morningstar DBRS, os aeroportos europeus e norte-americanos deverão depender de financiamento adicional, enfrentando, simultaneamente, dificuldades na gestão dos custos operacionais e no aumento de taxas aeroportuárias.
Ainda segundo a Morningstar DBRS, “o tráfego de passageiros deve crescer de forma estável, desde que os fundamentos macroeconómicos sejam favoráveis”. Contudo, o aumento das despesas de capital em manutenção e expansão pode afetar as métricas de crédito dos aeroportos, a menos que se registem aumentos inesperados nas receitas ou no número de passageiros.