O operador turístico Viajar Tours, num breve balanço do ano, revelou que no que concerne à operação turística deste ano, “embora 2024 ainda não tenha terminado, poucas alterações irão acontecer” tudo correu conforme estava programado.
Na troca de impressões com Nuno Anjos, diretor comercial do operador, ficou também patente que os resultados, com uma ou outra oscilação aqui e ali, foram semelhantes aos de 2023.
Opção Turismo – O Viajar Tours tem três destinos destinos que são únicos no mercado e que não compartilha. Assim, gostava de saber, pontualmente e para cada, como decorreu a operação 2024 em Puglia, Sardenha e Creta. Atingiram todos estes destinos as perspetivas a que se propunham? Ou excederam… (em quanto?)
Nuno Anjos – As operações decorreram em 2024 conforme as expetativas. Creta e Sardenha a consolidarem-se cada vez mais no mercado e Puglia a ter uma ocupação dentro do que esperávamos, tendo em conta que se tratava de um novo destino.
Opção Turismo – Pode dizer quantos passageiros foram movimentados?
Nuno Anjos – Ultrapassamos os 4.000 passageiros para os três destinos que referimos anteriormente. Ou seja, um número semelhante ao ano passado.
Opção Turismo – Entre todos, qual o que mais vos contentou ou satisfez?
Nuno Anjos – Poder apresentar um novo destino é sempre motivo de satisfação, e Puglia foi um grande desafio, senão mesmo o maior de 2024. Por ser em Itália, que não é um destino fácil de “trabalhar”, mas também por ser inevitável a comparação com outros destinos dentro dos mesmos valores de venda. Apesar de Puglia não ser um destino económico, tem a cultura, a história e o dolce fare italiano que não se encontra em qualquer outra parte do mundo.
De qualquer forma, são três destinos muito exigentes a nível da contratação e que nos obrigam a uma agilidade acima da média.
Opção Turismo – Quais os “altos” e “baixos” destacados pelos clientes?
Nuno Anjos – Um dos “baixos” – embora seja algo perfeitamente ultrapassável com uma aplicação de tradução (e há muitas!) – é a língua, seja ela grega ou italiana. Os “altos” passam pela cultura, gastronomia e identidade inigualável de cada um deles. São destinos perfeitos para alugar um carro e descobrir zonas e localidades fabulosas e que não são muito conhecidas, seja para ver praias inigualáveis, monumentos imponentes e marcantes da história mundial, seja para ir a uma taverna grega ou a uma gelatteria italiana.
Opção Turismo – Para este ano vão manter ou aumentar a operação? Pode-nos dizer um pouco mais sobre este tema?
Nuno Anjos – Para estes três destinos, será praticamente idêntica a 2024. Para as demais operações charter, iremos aumentar a nossa oferta com um voo à partida do Porto para Hammamet, na Tunísia Continental, a juntar aos voos para Monastir a norte e Djerba a sul do país. A completar a nossa oferta charter temos ainda a operação para Saïdia, no norte de Marrocos, com partida do Porto.
Opção Turismo – Estão a pensar ou estudar mais algum outro novo destino em que sejam únicos?
Nuno Anjos – Sempre! Até porque faz parte do nosso ADN… Já lançamos no mercado operações charter para destinos como Saïdia, Rhodes, Kos, Antalya, Croácia e Montenegro e Riviera da Bulgária. Temos alguns destinos em vista, mas ainda não se proporcionou o momento para os apresentar.
Opção Turismo – Como estão as vendas para o fim de ano? Quer destacar algum destino?
Nuno Anjos – Nesta altura, os lugares contratados com a TAP para o fim de ano estão praticamente todos vendidos: Brasil, México, Cabo Verde, São Tomé, Gâmbia, Funchal e Ponta Delgada.
Opção Turismo – Em sua opinião, como vai ser o próximo ano? Vão os portugueses continuar a viajar? E outros e novos operadores a venderem os mesmos produtos?
Nuno Anjos – Continuar a viajar, irão com certeza, mas poderão surgir dinâmicas diferentes no mercado, já que em 2024 houve algum excesso de oferta, que levou a promoções de “last minute” frequentes. Consideramos que seria importante haver uma consolidação na oferta, de forma que não sejam lançadas mais operações que possam vir a destabilizar o mercado em termos de oferta / procura e que obriguem a baixas de preços constantes, que são prejudiciais para os operadores – sejam eles nacionais ou não – tanto a nível financeiro como a nível de imagem.
Sucessivas baixas de preço por excesso de oferta acabam por fazer com que o mercado perca a confiança nos operadores e nas agências, adiando a decisão de compra para mais tarde. As vendas antecipadas têm corrido bem nos anos pós-pandemia e é algo que temos de proteger, “premiando” quem reserva com maior antecedência.
Quanto a entrar em destinos tradicionalmente de outros operadores, é uma questão de estratégia comercial, ou, diria, de falta dela. Acaba por ser um aumento falacioso, porque a oferta hoteleira não acompanha a oferta dos operadores. Quando há uma concorrência, digamos, exagerada, os preços sobem e a rentabilidade baixa. O consumidor final poderá ganhar, mas será o único…