A Liberdade e a Cidadania, 50 anos depois do 25 de Abril, é o tema do 12.º Congresso da APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, que está a decorrer no Cineteatro Paraíso, em Tomar.
O evento de dois dias – 25 e 26 de novembro – reúne profissionais e especialistas para debater os desafios atuais e futuros do setor do Turismo. Os participantes podem assistir a conversas e debates sobre assuntos como “50 anos depois: Liberdade e Cidadania”, “Ordenamento: desafios no espaço natural”, “AI – como aplicar na indústria dos eventos e animação turística”, “Fiscalidade: IVA nacional e internacional”, “Ordenamento: desafios da mobilidade”, e “Lobby: sinergias e contextos”. Durante o congresso, serão ainda entregues os Prémios APECATE, que distinguem pessoas ou instituições de destaque na área.
A sessão de abertura contou com intervenções de Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo Centro de Portugal, Filipa Fernandes, vice-presidente da Câmara Municipal de Tomar, e António Marques Vidal, presidente da APECATE. A cerimónia de encerramento estará a cargo de Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal.
Na ocasião, Anabela Freitas destacou o papel essencial das empresas no crescimento turístico da região: “O Centro de Portugal apresenta números excecionais nos principais indicadores da atividade turística, que não seriam alcançados se não fosse o trabalho de todas as empresas do setor do turismo. Estão de parabéns as empresas, porque estão a trabalhar bem, e também as populações, porque o dinheiro gerado pelo turismo fica nos territórios”, sublinhou.
Anabela Freitas lançou ainda dois desafios aos congressistas: aumentar de forma sustentável o número de empresas Turismo 360º com gestão ESG no Centro de Portugal; e potenciar o turismo de natureza e ecoturismo ao longo de todo o ano.
O Programa Empresas Turismo 360° incentiva as empresas do setor a reportar o seu desempenho em matéria de sustentabilidade, apoiando-as tecnicamente na integração dos fatores ESG – Environmental, Social and Governance na estratégia de negócio, na gestão e na cultura organizacional e orientando-as no processo de reporte regular de informação relacionada com as suas práticas ambientais, sociais e de governação.
Por sua vez, António Marques Vidal reconheceu os avanços alcançados nas últimas décadas, mas alertou para questões estruturais que precisam de ser resolvidas, nomeadamente a excessiva burocracia. Além disso, lamentou a falta de envolvimento das associações empresariais nos processos de decisão pública.
O presidente da APECATE apontou ainda como prioridade a revisão do IVA do setor dos eventos, atualmente a 23%, propondo uma taxa equiparada ao desporto e à cultura, que é de 6%, de modo a promover o investimento e a sustentabilidade.
A terminar a sessão de abertura, Pedro Machado realçou o momento positivo do Turismo em Portugal. “Portugal vive um momento extraordinário no Turismo. Portugal posiciona-se hoje diretamente em 25 mercados internacionais, com 22 produtos turísticos, e espera no final deste ano mais de 27.000 milhões de euros de receitas, muito acima daquilo que era expectável. Este momento deve-se muito às empresas e aos empresários, mas também à consistência e à previsibilidade que a política pública tem tido nas últimas décadas nesta área. Há poucos setores que tenham esta consistência e solidez na estratégia nacional”, elogiou.
O governante desmontou ainda quatro mitos frequentemente associados ao setor: o alegado predomínio de salários baixos; o mito do “excesso de turismo”; a entrada de migrantes como ameaça ao emprego dos nacionais; e o impacto do turismo no acesso à habitação. “Não há qualquer relação direta entre o crescimento da procura turística e o défice de habitação em Portugal”, disse o governante.
Pedro Machado respondeu ainda a alguns desafios deixados pela APECATE, nomeadamente em relação a um Decreto-Lei que regule a atividade destas empresas.