Nos primeiros nove meses de 2024, o setor do turismo em Portugal registou um aumento significativo nas receitas e nas dormidas de turistas internacionais, enquanto a procura por parte de residentes mostrou sinais de estagnação. O período acumulado de janeiro a setembro totalizou 26,7 milhões de hóspedes e 70,5 milhões de dormidas, refletindo uma subida de 4,4% e 3,5%, respetivamente, em comparação ao ano anterior.
Desde o início do ano, o setor de alojamento turístico em Portugal acumulou 5,3 mil milhões de euros em proveitos totais, um crescimento de 10,7%, e 4,1 mil milhões de euros em proveitos de aposento, também com um aumento de 10,7%. Estes resultados foram impulsionados principalmente pela procura internacional, com as dormidas de não residentes a aumentarem 4,8%, enquanto as de residentes cresceram de forma mais moderada, com uma variação positiva de apenas 0,9%.
Em termos de rendimento, o RevPAR (rendimento por quarto disponível) situou-se em 74,2 euros (+6,6%) e o ADR (rendimento médio por quarto ocupado) em 124,2 euros (+6,6%). Lisboa, Algarve e Madeira lideraram nas receitas, sendo a Grande Lisboa a região que mais contribuiu, com 1,5 mil milhões de euros em proveitos totais.
Regionalmente, os Açores e a Madeira destacaram-se com os maiores crescimentos nos proveitos, registando variações de 20,6% e 13,6%, respetivamente, nos valores acumulados de janeiro a setembro. Entre os municípios, Lisboa concentrou 21,5% das dormidas de não residentes, enquanto Ponta Delgada apresentou o maior crescimento percentual de dormidas, evidenciando o crescente apelo turístico dos Açores.
Os dados mostram que, enquanto a atratividade internacional de Portugal se mantém em alta, o turismo doméstico apresenta uma evolução mais tímida, indicando potenciais desafios para a revitalização da procura entre os turistas residentes.