Sam Hou Fai, o único candidato a líder do governo de Macau, destacou durante a sua campanha eleitoral que a dependência do território no turismo e no setor do jogo é insuficiente e representa uma fragilidade económica para o futuro da região.
“A pandemia foi uma lição para Macau”, afirmou o antigo magistrado, sublinhando que a economia local contraiu 56,3% em 2020, devido principalmente às restrições de viagem impostas pela China continental. “Se no futuro houver outra catástrofe, como poderemos enfrentar?”, questionou. “Depender apenas do setor do jogo e turismo é insuficiente”, acrescentou, frisando a necessidade de diversificar as bases económicas do território.
Sam Hou Fai argumentou ainda que o desenvolvimento dos casinos em Macau foi “desequilibrado”, apontando que o setor absorveu demasiados recursos humanos, o que prejudica o desenvolvimento sustentável da região. O candidato defendeu que é crucial promover um crescimento “saudável e ordeiro” da indústria do jogo, ao mesmo tempo que se investem os lucros em novas atrações que atraiam mais visitantes internacionais. Atualmente, apenas 1,5 milhões dos 23,4 milhões de turistas que visitaram Macau nos primeiros oito meses de 2024 vieram do estrangeiro.
Entre as suas propostas, Sam Hou Fai destacou a importância do novo Executivo assumir um “papel de liderança” no desenvolvimento de setores prioritários, como a saúde e bem-estar, os serviços financeiros e a tecnologia de ponta. Para isso, o candidato realçou a necessidade de atrair talentos de todo o mundo e de aproveitar melhor a plataforma de cooperação sino-lusófona, um papel atribuído a Macau pela China em 2003.
Com as eleições marcadas para domingo, o futuro líder de Macau será escolhido por uma comissão de 400 membros e nomeado posteriormente pelo Governo central chinês. Sam Hou Fai encerra a sua campanha com uma mensagem clara: Macau precisa de diversificar a sua economia para garantir a sustentabilidade e resiliência a longo prazo.
