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Rogério Gabriel (SGS): “Se não as trouxemos todas (inovações), não devemos andar longe”

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Rogério Gabriel, diretor comercial da SGS, destaca a forte aposta da empresa na inovação como fator diferenciador no mercado de seguros de viagem em Portugal. Em entrevista ao Opção Turismo, Rogério Gabriel partilha um primeiro balanço positivo de 2024, a recuperação do negócio pós-pandemia e a sólida parceria com a APAVT, que têm sido fundamentais para o sucesso e crescimento contínuo da mediadora.

Opção Turismo: Qual é o balanço que já é possível fazer este ano, relativamente à vossa atividade de seguros nas viagens, comparado com o ano passado?

Rogério Gabriel: O balanço atual é positivo, continuamos a crescer face ao ano anterior, fruto de captação de novos clientes, regresso de alguns que já o tinham sido no passado, mas acima de tudo pelo crescimento orgânico dos nossos clientes mais consolidados.

Opção Turismo: E relativamente a 2019, pré-pandemia. Já recuperaram todo o negócio?

Rogério Gabriel: Conseguimos recuperar o volume de negócio global no final em 2022, e temos tido crescimentos residuais desde essa altura, pelo que estamos bem. No que concerne a número de alvarás estamos a trabalhar para recuperar algumas saídas, porque continuamos a acreditar que somos a solução mais sólida e com melhor serviço para garantir segurança e aos viajantes a quem organizam viagens.

Opção Turismo: A pandemia trouxe muitos desafios ao setor segurador. Estamos melhor preparados agora para acontecimentos dessa natureza em matéria de seguros? sinistros iniciais?

Rogério Gabriel: Estamos muito mais bem preparados para lidar com acontecimentos similares porque estamos contratualmente mais robustos e operacionalmente com muito mais experiência.

A Covid19 obrigou a um trabalho muito complexo e com uma muito grande escala quando apareceu em fevereiro de 2020 para regularizar todos os sinistros. Rapidamente se percebeu que ninguém viajaria sem adequado seguro à Covid19 e foi um desafio complexo assegurar o risco ao longo dos dois anos seguintes com as várias alterações de prevalências na Covid19 que foram ocorrendo. Ainda hoje existem preocupações neste particular e ainda hoje damos resposta adequada às necessidades.

Opção Turismo: O que distingue a SGS de outros mediadores de seguros em Portugal, no que ao Turismo e às Viagens diz respeito?

Rogério Gabriel: O que nos distingue é o serviço aos nossos clientes, a experiência de quase três décadas a servir a indústria das viagens, saber ouvir ao longo destes anos os nossos clientes e a APAVT e sempre que possível incorporar as necessidades que nos apresentam nos nossos produtos. Por último, mas com tanta ou mais importância, a possibilidade de podermos falar e ser ouvidos pelo nosso parceiro Segurador RNA, que nos permite ser um mediador interventivo no sentido de melhorar o dia a dia na convivência dos nossos clientes Agentes de Viagens com o produto seguro de viagem.

A nossa intervenção distintiva à concorrência no dia a dia são os processos de formação aos Agentes de Viagens, o acompanhamento dos processos de sinistro com capacidade de interlocução junto do Segurador, um apoio administrativo diário à utilização dos nossos produtos e da plataforma web de produção.

Opção Turismo: Que inovações trouxeram para o mercado?

Sobre inovação em seguros de viagem em Portugal, se não as trouxemos todas, não devemos andar longe. Algumas que iniciaram a sua vida em Portugal, com a nossa intervenção foram:

  • Em 1997 foram criados os primeiros seguros modulares simplificados sem limites geográficos e sem limites de idades;
  • Em 2000, já em parceria com a APAVT, democratizámos o acesso ao seguro de viagem que só estava disponível para grandes contas porque obrigava a consumos mínimos de 2.500 € ou mais pagos à cabeça. Em termos de produto inovámos com a inclusão por defeito da garantia de cancelamento antecipado que não existia e bagagens que era opcional e com muitas limitações, mas o mais importante foi uma tarifa universal “Todo o Mundo” com viagens até 30 dias e sem limites de idade. Não havia nada similar no mercado;
  • Em 2001 a introdução do produto Portugal;
  • Em 2003 a introdução do CIV com o alargamento significativo das garantias de cancelamento antecipado e interrupção de viagem;
  • Em 2005 conseguimos a derrogação de exclusões de Cataclismos Naturais, Guerra, Terrorismo e Epidemias com grande aceitação no mercado nacional. Após o Sismo seguido de Tsunami no Oceano Índico a 26-12-2004 com mais de 220.000 mortes estimadas em 14 países ficou urgente a necessidade de intervir após outras ocorrências relativamente recentes à data e com muito impacto na perceção das necessidades de segurança dos viajantes como o ataque terrorista 11 de Setembro em 2001 e consequente guerra do Afeganistão, Atentado em 11 de março de 2004 em Madrid.
  • Em 2009 uma profunda evolução tecnológica com a uma base web para registo e controlo dos seguros de viagem bem como a produção de certificados de seguro individuais;
  • Em 2015 a criação de garantia complementar de atividades radicais;
  • Em 2016 a criação do ALL IN com um capital seguro em despesas médicas de 250.000 € que tem evoluído e hoje em dia temos várias soluções que nos permitem um capital seguro de até 5 Milhões de euros;
  • Em 2016, após o Congresso APAVT em Aveiro entre 8 e 11 de dezembro, a criação do CMVM que evoluiu para o atual PVFM. A origem da necessidade resulta da diretiva de 2015 com entrada em vigor para o segundo semestre de 2018. Desde cedo se iniciou o trabalho com a APAVT e com o mercado Segurador e Ressegurador, para a criação de uma garantia associada ao seguro de viagem que permitisse salvaguardar estas novas responsabilidades das Agências de Viagens Organizadoras com data prevista para a entrada em vigor da Lei em 2018, mas ocorreu antecipação fruto da necessidade de salvaguardar os clientes de ambos Operadores Turísticos e Agentes de Viagens. Em maio de 2017, mais de um ano antes da entrada em vigor da Lei, já mais de 80% da nossa estrutura de clientes tinham aderido a estas soluções porque beneficiam e salvaguardam muito mais os viajantes; A introdução do produto em antecipação às obrigações legais permitiu salvaguardar ocorrências como a Bruma seca que afetou a operação de fim de ano de 2016 e em 7 de Setembro de 2017 o furacão Irma que afetou muito significativamente Cuba.
  • Em 2018 a criação do primeiro CIV que permite garantir algumas doenças pré-existentes e que evoluiu para o atual CIV Plus, ainda hoje único no mercado que não exclui doenças pré-existentes;
  • Em 2020 foram lançadas coberturas complementares para serem subscritas em regime opcional como Cruzeiros, Rent-a-car, Equipamento Eletrónico, aumento de capital seguro para alojamento até 750 € por dia em caso de prolongamento de estadia. Lamentavelmente passaram desapercebidas face ao evento que todos esperamos único e não repetível nas nossas vidas que foi a Covid19 com impacto logo a partir de fevereiro de 2020; Nesse ano liderámos mais uma vez com a rápida introdução do seguro Covid19 que permitiu dar segurança aos viajantes nas viagens que à data eram possíveis.
  • Em 2023 introduzimos em todos os nossos seguros a proteção de animais domésticos e a garantia de proteção jurídica para passageiros com direitos ao abrigo do Regulamento 261/2004;

Opção Turismo: São há vários anos parceiros da APAVT. Em que se consubstancia esta parceria? Para a APAVT e para a SGS?

Rogério Gabriel: Temos aderido ao longo dos já muitos anos de parceria às mais variadas solicitações e desafios que a APAVT nos lança. Estamos ambos muito sincronizados na defesa dos interesses dos Agentes de Viagens. Temos sido testemunhas do trabalho realizado pela APAVT ao longo das últimas duas décadas e meia em prol dos Agentes de Viagens e nós acreditamos que no que nos compete temos conseguido fazer o mesmo.

Opção Turismo: Como é que a SGS se está a adaptar às novas diretrizes europeias, designadamente a nova diretiva dos Pacotes, e quais novos produtos surgiram ou estão a ser preparados neste contexto?

Rogério Gabriel: Estamos a acompanhar este tema com a APAVT. Na nossa opinião o aumento significativo de novas responsabilidades para os Agentes de Viagens é uma preocupação, mas com confiança na resiliência dos Agentes de Viagens e na sua capacidade de explicar aos seus clientes os benefícios de adquirirem viagens através de uma Agência de Viagens.

Temos sempre conseguido uma adequada salvaguarda das novas responsabilidades do Agente de Viagens através do seguro de viagens, e acreditamos que vamos conseguir fazê-lo para as novas responsabilidades que vão surgir.

Opção Turismo: Existem novas iniciativas ou produtos que a SGS planeia lançar nos próximos meses?

Rogério Gabriel: Temos sempre um alargado portfólio de novos produtos e garantias complementares às nossas atuais soluções, e vão sendo lançadas quando existir disponibilidade do Segurador para as avaliar adequadamente e se exista procura para estas necessidades. Neste particular a nossa atuação tem funcionado bem nos últimos 25 anos, ouvir as necessidades que nos apresentam individualmente os nossos clientes, alargar a auscultação com o parceiro APAVT, trabalhar com o Segurador para concretizar.

Opção Turismo: Confiantes no futuro?

Rogério Gabriel: Estamos confiantes na resiliência e adaptabilidade da Indústria dos Agentes de Viagens, confiamos que vai saber incorporar as novas realidades tecnológicas no seu negócio e vai continuar a ser uma escolha fundamental para quem quer viajar em segurança para si próprio e para os seus.