Espanha está a posicionar-se para se tornar um dos principais países na produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) já a médio prazo, graças a uma série de iniciativas governamentais e ao aproveitamento dos seus vastos recursos renováveis. A proposta recentemente aprovada pela Comissão de Transição Ecológica e Desafio Demográfico visa acelerar este processo, com incentivos à produção de SAF, investigação e desenvolvimento, e a criação de parcerias público-privadas.
Margarita de Gregorio, Presidente da Aliança para a Sustentabilidade do Transporte Aéreo em Espanha, acredita que o país tem todos os recursos necessários para liderar o setor. “Todos os processos para produzir SAF podem ser implementados em Espanha, e o fornecimento de fontes renováveis pode ser garantido”, afirmou de Gregorio.
Este impulso coloca Espanha numa posição ideal para alcançar as metas estabelecidas pela iniciativa europeia ReFuelEU, que exige que 6% dos combustíveis de aviação utilizados nos aeroportos da UE sejam SAF até 2030, aumentando para 70% até 2050. Além disso, os chamados e-fuels – combustíveis sintéticos que utilizam hidrogénio verde – também terão um papel crescente, com a meta de 1,2% em 2030 e 35% até 2050.
A proposta aprovada incentiva parcerias entre os setores público e privado, com foco em integrar setores como o transporte aéreo, bioenergia, petróleo e gás, e energias renováveis. Com uma abundância de biomassa proveniente de resíduos agrícolas e florestais, e uma robusta infraestrutura de energia solar e eólica, Espanha está bem equipada para transformar esses recursos em SAF e e-fuels.
Além disso, Espanha já possui mais de 60.000 MW de capacidade instalada de energia renovável, que poderia alimentar a produção de e-fuels através da geração de hidrogénio verde. “O potencial de Espanha para produzir SAF e e-fuels é enorme, e com o apoio adequado, podemos tornar-nos um dos principais fornecedores globais num futuro próximo”, disse de Gregorio.
“O consenso político para descarbonizar o transporte aéreo, sem restringir o acesso das pessoas a viagens, é uma oportunidade que Espanha não pode perder”, afirmou Rafael Schvartzman, Vice-Presidente Regional da IATA para a Europa.
“É refrescante ver planos de incentivos tão robustos para apoiar a investigação, desenvolvimento e produção de SAF em Espanha”, concluiu Daniel Chereau, Chefe de Combustíveis da IATA.
