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Carla Caldas: e o sonho concretizou-se… “abri uma agência de viagens”

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A nossa convidada de hoje é Carla Caldas, proprietária e diretora da agência de viagens CC Viagens, localizada em Sobral de Monte Agraço.

A primeira questão que surge prende-se com o nome da agência. Ou seja, umas vezes aparece como CC Viagens e outras como Viagens CC?

“O nome correto da agência é CC Viagens Unipessoal Lda.m, afirma Carla Caldas, daí o CC, explicando que constituída a agência, o domínio “ccviagens” estava ocupado. “A necessidade de começar a trabalhar era urgente e, para isso tive de comprar o domínio ‘viagenscc’. Esta á a razão do email ser viagenscc.com.

Entretanto, algum tempo depois a nossa entrevistada passa a ser a única detentora do domínio ‘CCViagens.com’ e, pode dizer-se, que já está a trabalhar na construção de um novo ‘site’. “E em breve vão aparecer novidade”.

Depois deste esclarecimento, a pergunta que se impõe é quando foi constituída a CC Viagens e, sobretudo, o porquê de em Sobral de Monte Agraço, onde existe só mais uma agência.

“A CC viagens tem um ano de existência e ‘nasce’ pouco depois de a agência onde trabalhava ter fechado e, de modo algum, queria deixar os meus clientes desamparados”.

Com 24 anos de experiência entre operadores turísticos, agência de lazer e corporativas, Carla Caldas achou que era chegada a altura certa de concretizar o sonho que já tinha a algum tempo. “Agora, trabalho desde casa e faço um atendimento personalizado, no seguimento das necessidades de cada cliente”.

O facto de a agência ser unipessoal não quer dizer que possa vir a ter mais sócios.

“Não pretendo ter sócios. Vou querer crescer sim, mas para poder dar trabalho a quem precisa e a quem gosta tanto desta profissão como eu”.

Depois desta troca de impressões, afinal, quem é Carla Caldas?

“Começo por dizer que faço este mês de junho, 25 anos de profissão.

Passei por grandes “escolas”, depois de terminar o meu Bacharelato no Curso de Turismo no ISLA, em junho de 1998. Fiz um estágio no Club 1840 onde trabalhava os allotments dos voos para Malta à mão sendo que os vouchers dos serviços terrestres eram feitos um a um, junto com a Madalena Jorge, responsável pelo destino.

Depois do estágio fui trabalhar para a Abreu em Cascais, a Cascais II como chamávamos, onde estive na retaguarda”.

Ou seja, para além de fazer a ‘caixa’, solicitava reservas a hotéis e outros serviços. Mas, atente-se, nesse tempo era tudo feito por fax e os bilhetes de avião ainda eram em papel continuo.

“Dia 1 de abril 2000, entrei para a Soltour onde fiquei 10 anos no departamento de reservas individuais e de grupos. É uma “casa” que me continua a acompanhar e que eu tenho muito orgulho de ter feito parte. Ainda hoje sinto que faço parte, mas mais à distância. É um operador de confiança, em todos os níveis”.

Por questões pessoais e também porque tinha aceite um convite da Topatlantico, deixou a Soltour.

Na Topatlantico esteve três 3 anos na tendo saído na fase em que houve a necessidade de restruturar a empresa.

“Entre setembro e dezembro 2023, tive uma ajuda do David Coelho, na Tryvel. Aí, elaborei alguns programas temáticos e em contrapartida podia continuar a dar apoio à minha carteira de clientes.

Em dezembro surgiu a oportunidade de fazer algo completamente diferente do que tinha feito até agora… entrar para a Cosmos, para o Departamento Corporate Angola. Como não sou de cruzar os braços … fui sem medos e correu muito bem, ao ponto de receber um convite da Alive para incorporar uma das equipas deles”.

Em maio de 2018 nova reviravolta, porque “estava cansada dos empresários angolanos” e foi para o departamento Corporate Portugal na Osíris.

E os tempos maus chegaram com a pandemia da covid-19.

Uma fase complicada para todos onde se atingiram os limites possíveis. Isso também aconteceu com a Carla Caldas que também chegou ao seu limite. Decide então sair da Osíris, sem quaisquer planos para o futuro. Mas, como diz o ditado, a sorte “protege os audazes” e, poucos dias depois surgiu-lhe a oportunidade de abrir uma sucursal da Zenitravel, em Torres Vedras, que acabou por fechar um ano depois.

“Nesse momento, só havia uma solução. Seguir em frente com um sonho que tinha. Abrir a minha própria agência. E é aqui que surge a CC Viagens”.

Confessando que foi um risco, “era agora ou nunca”, embora bem ponderado, a diretora da CC Viagens acrescenta ainda que no início não quis fazer muitos cálculos… “para não ter mais medo ainda”.

A única certeza que tinha era que não queria deixar os seus clientes que estavam novamente a querer viajar e que não se via a fazer outra coisa. “Mas sem grandes espectativas de início”. Por isso mesmo não planeou uma meta a atingir para um primeiro ano.

“Mas posso dizer que correu melhor do que eu estava à espera. Também os primeiros cinco meses deste ano correram muito bem, embora com muito trabalho de pesquisa, muito tempo dedicado a cada um dos meus clientes. Foi bastante produtivo.

Para Carla Caldas, o que diferencia a sua agência de muitas outras é o facto de oferecer um serviço personalizado a cada cliente. “Programas chave na mão… só falta ser eu a fazer-lhes as malas e sendo preciso até faço assistências no aeroporto e muito mais. Há quem diga que o segredo é a alma do negócio. Mas acho que o principal é o amor e dedicação com que faço o meu trabalho”.

E quanto ao futuro?

“O inverno é sempre mais tranquilo, aproveita-se para organizar a ‘casa’.

Os portugueses se já gostavam de viajar, após a pandemia ficaram ainda mais loucos por isso.

Acredito que cada vez mais se vai viajar para fora. Infelizmente os alojamentos no nosso país estão caríssimos e fazendo as contas a tudo, no final, é mais caro ficar por cá”.

Como todas tantas outras, para não dizer a maioria, também a CC Viagens tem os seus problemas.

“O problema essencial, e não sou só eu a queixar-me, é sem dúvida as mínimas comissões algumas agências andam a praticar… chegam a cobrar 20€ numa reserva de muitas centenas de euros!. Na minha opinião estão a desvalorizar o nosso trabalho e dedicação

Uma reserva não é simplesmente fazer a reserva e já está. É todo um acompanhamento, antes, durante e depois da viagem”.

A terminar esta entrevista com Carla Caldas, proprietária e diretora da CC Viagens, saliente-se que a agência faz parte da rede Airmet e é associada da APAVT.

“Escolhi a Airmet, analisei vários grupos de gestão e dada a urgência falei com o Luis Henriques … e foi sem dúvida a melhor escolha. Desde o primeiro dia que toda a família Airmet me tem dado todo o apoio que preciso”.

Carla confessa ainda que a APAVT, “desde sempre, tem sido uma referência para mim. Para além do apoio que sempre deu ás agências nas situações mais complicadas, durante a pandemia por exemplo, é também uma referência de “segurança” para os clientes”.

Luís de Magalhães