“Em termos absolutos, Portugal mantém o 6.º lugar entre os países europeus com maiores níveis de poluição por óxido de enxofre (SOx) emitido pelos navios de cruzeiro, depois de Itália (1.º), Espanha (2.º), Grécia (3.º), Noruega (4.º) e França (5.º)”, segundo um novo estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, da qual faz parte a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Refira-se ainda que os portos de Lisboa e do Funchal estão no ‘top 10’ das infraestruturas portuárias da Europa com maiores níveis de poluição associada a navios de cruzeiro, segundo um estudo divulgado pela associação ambientalista Zero.
Esse estudo, que incide sobre os portos da Europa, apresenta os dados de 2022, com a evolução da poluição atmosférica e das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) provenientes dos navios de cruzeiro relativamente aos níveis pré-pandemia de 2019, verificando que houve “um agravamento das emissões de SOx em 9%, de óxidos de azoto (NOx) em 18 % e de partículas finas em 25%”.
O ‘top 10’ dos portos europeus com maiores níveis de poluição associada a navios de cruzeiro é liderado pela cidade espanhola de Barcelona, seguindo-se Civitavecchia (Itália), Pireu (Grécia), Palma de Maiorca (Espanha), Lisboa (Portugal), Hamburgo (Alemanha), Southampton (Reino Unido), Mykonos (Grécia), Thira (Grécia) e Funchal (Portugal).
Ocupando a 5.ª posição deste ‘ranking’, o porto de Lisboa foi o que registou maior tráfego de navios de cruzeiro (108) na Europa em 2022, à semelhança do que se verificou no relatório anterior publicado em 2019, verificando-se um aumento das emissões de óxidos de enxofre.
No 10.º lugar, o porto do Funchal registou 96 escalas de navios de cruzeiro em 2022, “um aumento acentuado relativamente a 2019, altura em que registou cerca de 75 escalas”, o que contribuiu para elevar os níveis de poluição atmosférica, levando-o a integrar o ‘top 10’ dos portos mais expostos à poluição por SOx, quando antes ocupada na 15.ª posição.
Para a associação ambientalista Zero, “é urgente limitar a poluição oriunda de navios de cruzeiro” com a adoção de medidas mais rigorosas nos portos portugueses e europeus, seguindo o exemplo de Veneza, que em 2019 tinha o porto de cruzeiros mais poluído da Europa e “em 2022 caiu a pique para a 41.ª posição após ter banido a entrada de grandes navios”.