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AHP promove debate sobre cibersegurança na hotelaria

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Foi sob o mote “Cibersegurança, um desafio para a Hotelaria”que decorreu o Pequeno-almoço debate organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em parceria com a Devoteam Cyber Trust, dedicado à importância da Cibersegurança para a Hotelaria, sobretudo num momento em que se assiste a uma acelerada digitalização de processos no setor, o que se traduz num aumento das ameaças cibernéticas.

Este evento marcou também o início da parceria da AHP com a Devoteam Cyber Trust. Esta parceria tem como objetivo sensibilizar os associados da AHP para o tema e aumentar a resiliência das suas infraestruturas tecnológicas nessa matéria.

A Devoteam Cyber Trust propõe-se avaliar a maturidade de cada associado no domínio da cibersegurança, através da avaliação integrada de processos de gestão; controlos de cibersegurança; articulação com as normas nacionais; avaliação do nível de implementação e execução das medidas técnicas requeridas pelos diversos reguladores nacionais e Internacionais relevantes para a atividade.

Nuno Oliveira, Cybersecurity Engineering Director da Devoteam Cyber Trust, um dos oradores presentes, começou por dar a conhecer alguns casos reais de ciberataques em Hotéis, demonstrando a importância das boas práticas de cibersegurança – tais como políticas de uso aceitável, restrição de acessos, monitorização de rede etc. – tudo isto com o intuito de garantir a continuidade do negócio e a confiança dos clientes.

70% dos hóspedes não acredita em cibersegurança nos hotéis

“Só para ficarmos com uma ideia, quase 70% dos hóspedes afirma não acreditar que os hotéis em que se hospedam investem o suficiente em cibersegurança, e a verdade é que os riscos estão lá. Diria, por isso, que esta é uma área chave para se investir e nós, Devoteam Cyber Trust, dispomos de todo um leque de serviços de valor acrescentado orientados para a qualidade de resultados e redução do risco operacional.” reforça Nuno Oliveira.

Moderada por Cristina Siza Vieira, CEO da AHP, seguiu-se a Mesa-Redonda que contou com a participação de Rui Shantilal, Managing Partner da Devoteam Cyber Trust, Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança e João Baptista Leite, CEO da UNICRE, que abordaram os atuais e futuros desafios da Cibersegurança para a Hotelaria, a forma como o setor poderá efetivamente ganhar em termos de eficiência com a implementação deste tipo de ferramentas, reforçando-se a ideia de que perante o aumento dos ataques cibernéticos a sua “ambição” digital não pode esmorecer.

A hotelaria continua a ser a 1ª escolha na reserva de alojamento 

Cristina Siza Vieira, começou por referir que “a hotelaria continua a ser a 1ª escolha na reserva de alojamento, representou, na Europa, primeiro destino mundial, 56% da procura, em 2021, e 86%, em 2022. Acresce a isto o facto das reservas feitas diretamente no website dos hotéis continuarem a aumentar. Segundo dados recentes, em 2022, 84% dos hotéis europeus tem canais de venda direta online. Informação muito sensível chega aos nossos hotéis de forma constante.”

” É imprescindível que seja feito um investimento que robusteça todos os sistemas, formação contínua aos colaboradores e comunicação que reforce o grau de confiança dos nossos hóspedes. É inadmissível que hotéis que se dediquem ao segmento ‘corporate’, por exemplo, ou mesmo todos os outros, não tenham uma internet segura onde os hospedes possam navegar com confiança. Sabemos que os ataques têm crescido exponencialmente e que não há risco zero, o fundamental é apostarmos no melhor sistema para minimizar esse risco”, completou a responsável.

Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, destacou que “a hotelaria é um alvo, muitas vezes, de oportunidade para a obtenção de credenciais para ataques mais focados e direcionados. O objetivo não é atacar o hotel, mas sim obter credenciais que possam ser usadas contra outro tipo de alvos, como órgãos de soberania ou outras entidades.”

O erro de usar as mesmas passwords para registo nos hotéis

“Isso acontece porque muitas vezes as pessoas cometem o erro de usar as mesmas passwords para registo nos hotéis”, sublinhou.

João Baptista Leite, CEO da UNICRE, explicou que “se os ciberataques são considerados o risco número um, então no meu planeamento tenho de aplicar o remédio para este risco. E na hotelaria, quando se discute o plano para o próximo ano, há duas coisas que tenho a certeza que não falham: como é que vamos melhorar serviços a clientes e o programa de segurança alimentar. Se estes dois aspetos são críticos, se não ponho no mesmo patamar a cibersegurança, estou a cometer um erro que vou pagar caro.”

Rui Shantilal, Managing Partner da Devoteam Cyber Trust, afirmou que “quando alguém vende uma solução tecnológica e garante que vai permitir ser mais eficiente, ter menos pessoas, o cliente ser “self attended” e que vão poupar dinheiro, pode não ser necessariamente verdade. Esse investimento que for feito em tecnologia vai permitir providenciar uma melhor experiência ao cliente e tornar os hotéis mais competitivos. Mas o montante que podem poupar, é em investimento que tem de ser feito para manter aquela tecnologia segura e atualizada.”